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Itaú lamenta cinicamente perseguição a família de dono de exchange de bitcoin

Prédio do Itaú

Encerrar contas de pessoas físicas e jurídicas que negociam bitcoin ou oferecem serviços relacionados a criptomoeda já é uma prática bancária constantemente relatada nas redes sociais. Mas o Itaú foi mais longe e chegou a prejudicar familiares de João Canhada, co-fundador de uma das maiores exchanges do Brasil.

Através do LinkedIn, o CEO da Foxbit contou que um dia após receber uma carta de “desinteresse comercial” e ter sua conta encerrada, seu avô recebeu a mesma notícia.

“Claramente ter Canhada no sobrenome é sinônimo de sanções internas no banco pq sou sócio e fundador de uma corretora de bitcoin!”, reclamou ele.

Além de depender de um benefício de aposentadoria que recebia através da conta-corrente do Itaú, o avô de João enfrentou problemas para pagar o seguro de vida que debitava em seu cartão de crédito.

Sem acesso aos produtos financeiros e sem conseguir resolver, ele acabou por falecer em novembro de 2019 com sua esposa perdendo o direito ao seguro que ele pagava. “Seria um recurso muito útil a minha vó.”, completou Canhada.

Em uma resposta que beira o cinismo, sem diretamente assumir culpa pelo ocorrido, o banco comentou que lamenta que o cliente não tenha tido uma boa experiência com os serviços. A empresa ainda adicionou que “o atendimento ao cliente é prioridade absoluta” do banco.

Preconceito com ativos digitais

João Canhada acrescentou que já realizou diversas palestras dentro do Itaú e de outras instituições financeiras. “Já tentei tudo o que esteve ao alcance para tentar resolver essas disputas claramente anticoncorrenciais sem envolver o governo.”, disse.

“Espero que o mercado financeiro rompa com esse preconceito ao universo de ativos digitais principalmente BITCOIN. Se tem dúvida pergunte, estou aberto a um cafezinho e um papo sobre algo que sou tão apaixonado. Nunca cobrei uma palestra, sou totalmente aberto a participar de eventos para desmitificar sobre o ecossistema que atuo.”, finalizou o co-fundador da Foxbit.

Enquanto isso, como ressaltado por um dos comentários na publicação, as corretoras de bitcoin estão em busca de se tornarem bancos, evitando assim ficar a mercê de práticas anticoncorrenciais de terceiros. O mais recente caso de sucesso foi da Kraken, que recebeu a aprovação do estado do Wyoming para se tornar a primeira corretora de cripto a se tornar um banco nos Estados Unidos.

Veja também: Em roubo de R$500 milhões, Itaú é condenado a pagar apenas R$15 mil por cliente

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