- O Greenpeace, em parceria com o co-fundador da Ripple, está atacando o Bitcoin com US$5 milhões em propaganda ambientalista;
- O recente caso da petroleira Exxon é evidência de que o Greenpeace está errado sobre a prova de trabalho (PoW – Proof of Work) do Bitcoin.
Para contrariar os argumentos de que o Bitcoin desperdiça energia, a maior produtora de petróleo dos EUA, Exxon Mobil, começou a minerar a criptomoeda de maneira sustentável.
A Exxon anunciou no dia 24 de março que estava lançando um programa piloto para usar o excesso de gás natural que de outra forma seria queimado dos poços de petróleo de Dakota do Norte para minerar bitcoin.
Essa é uma grande evidência de que a mineração de Bitcoin não pode ser sempre vista como “desperdício de energia”. A possibilidade de monetizar energia abre portas para a reutilização, aproveitamento e até mesmo para impulsionar o uso de energias renováveis no mundo.
Isso não é nem mesmo uma novidade, a ConocoPhillips é uma multinacional petroleira que já vende o excedente de gás natural para a mineração de bitcoin, conforme mostrou a Business Insider no começo do ano.
Outro exemplo de mineração sustentável é feita pela Bitcoin Brabant, que aquece estufas com a atividade para depois vender flores (aceitando bitcoin como forma de pagamento, claro).
New enclosure hanging in the greenhouse. High voltage to low voltage with kw/h meter. Aluminium enclosure with stainless steel mesh. Soon flowers for sale for bitcoin. pic.twitter.com/EcrMQ4cJmq
— Bitcoin Brabant (@BitcoinBrabant) February 9, 2022
Como o Greenpeace não poderia estar mais errado
Em conjunto com o bilionário Chris Larsen, co-fundador da Ripple, o Greenpeace dos EUA anunciou uma campanha chamada de “Mude o código, não o clima!“, conforme o Cointimes noticiou ontem.
O Greenpeace, que já aceitou bitcoin como forma de doação por muitos anos, agora quer que os desenvolvedores mudem o modelo de consenso do Bitcoin de Proof-of-Work para Proof-of-Stake, assim como o Ethereum está fazendo.
Eles estão promovendo uma página na internet que contém argumentos em favor da mudança e diversas informações para corroborar com a narrativa, mas algumas dessas informações são falsas.
O site da campanha diz que “O Bitcoin sozinho poderia ajudar a aquecer o planeta em mais de 2 graus.” e se baseia em um estudo da Nature Climate Change para afirmar isso.
Porém, como destacou Nic Carter, fundador da Coin Metrics, o estudo falha miseravelmente ao superestimar a quantidade de transações on-chain no futuro, liga erroneamente a quantidade de transações com gasto energético e desconsidera que os mineradores podem migrar para fontes limpas de energia, como de fato já têm migrado.
Por fim, Chris Larsen e o Greenpeace aparentemente falham em entender a descentralização do Bitcoin, chamando ”líderes como Elon Musk da Tesla, Jack Dorsey da Block e Abby Johnson da Fidelity […] BlackRock, Goldman Sachs [e] PayPal” para “resolver o problema do Bitcoin”.
Na realidade, o próprio PoW faz parte do modelo de consenso do Bitcoin, que é uma rede de milhares de participantes com autonomia para rodar o código que bem entenderem, independentemente da vontade de Elon Musk ou qualquer outro influenciador.
Para mudar o código é fácil, Greenpeace e Larsen, basta escrever e publicar. O resultado dependerá de quantas pessoas adotarem, mas o cenário mais otimista provavelmente apenas acarretaria em uma altcoin como o Bitcoin Cash com um belo airdrop de moedas para os bitcoiners, que poderão despejar no mercado o “BTC verde”.
Veja também: O Bitcoin não é inimigo do meio ambiente, como aponta a mídia tradicional