Pouco ainda se sabe sobre o Real Digital, mas já podemos ter uma ideia do que esperar de acordo com as promessas do Banco Central do Brasil.
CBDCs (Central Bank Digital Currencies) ou moedas digitais de bancos centrais são muito exploradas pelo mundo, mas poucos países estão em fases tão avançadas como o Brasil, que está na vanguarda da digitalização do sistema financeiro.
O Pix, método de pagamento instantâneo lançado no ano passado, foi o primeiro passo e mostrou como o Brasil avançou rapidamente neste sentido. Os Estados Unidos, que também consideram um dólar digital, já chegaram a copiar o Pix com o FedNow.
Rápido e gratuito, o Pix foi criado em resposta ao avanço das criptomoedas, como admitiu o presidente do Bacen. Em abril deste ano, o coordenador do Banco Central afirmou que o Bitcoin não teve sucesso no Brasil graças ao Pix.
Mais um passo adiante, o BC manteve sua atenção no mercado de criptomoedas e blockchain e selecionou startups e projetos cripto como Mercado Bitcoin e Aave para auxiliar no desenvolvimento da CBDC.
Recentemente, em entrevista ao Flow Podcast, o ministro da Economia Paulo Guedes disse que o Real Digital terá um blockchain por baixo para apoiá-lo. No entanto, isso ainda não ficou claro pelo Banco Central, e ainda não podemos dizer com certeza qual será a tecnologia que suportará a moeda digital. Como o governo requer uma infraestrutura centralizada para manter o controle da moeda, outras opções de bancos de dados podem servir melhor que blockchain.
Características do Real Digital
De qualquer forma, o que sabemos sobre a digitalização do real está nas diretrizes divulgadas pelo BC. Mas, também, temos informações gerais divulgadas nas redes sociais. Em uma série de tweets, o Banco Central explicou sobre o que é a CBDC, para que serve e como usar.
“O real digital será uma opção ao real em formato físico que servirá de base para a criação de novos serviços financeiros. Ele poderá ser convertido para qualquer outra forma de pagamento hoje disponível – como depósito bancário convencional ou o próprio real físico.
Emitido pelo BC, o real digital terá o mesmo valor do dinheiro tradicional que você leva na carteira e fará parte do dia a dia dos brasileiros, podendo ser usado em pagamento de contas, transferências e investimentos.“, publicou o BC no Twitter.
“Nova forma de representação do real, o real digital mantém todas as características da moeda já emitida pelo Banco Central, essa que está aí na sua carteira: unidade de conta – determina o preço das coisas, meio de troca – é aceito para pagamentos, e reserva de valor – mantém seu valor ao longo do tempo.“, tuitou o Bacen na terça-feira.
A característica que mais chamou a atenção da comunidade foi o de reserva de valor, pois o Brasil não é particularmente conhecido por manter o preço de compra de sua moeda.
Crédito onde é devido, o real é a única das moedas brasileiras que até agora não morreu por hiperinflação. Mas a perda de valor ao longo do tempo é real e tem consequências nefastas para os brasileiros.
Como comentou o economista Fernando Ulrich no ano passado, a alta inflação pode ser transitória, mas a perda de poder de compra é permanente.
De fato, o real se desvalorizou em mais de 85% desde a sua criação em 1994, de acordo com dados oficiais de inflação do IBGE.
Portanto, é questionável se o real realmente pode ser considerado uma reserva de valor. Qual a sua opinião? Deixe um comentário logo abaixo do artigo ou entre no grupo do Discord do Cointimes para interagir com toda a comunidade de criptomoedas.
