Fabio Araujo, coordenador do Banco Central, ainda não entendeu o Bitcoin e confunde a moeda auto-soberana com uma rede de pagamentos centralizada baseada no Real.
“Bitcoin não teve sucesso no Brasil” – Fabio Araujo
De acordo com uma pesquisa realizada pela Gemini, 41% dos brasileiros já adotaram as criptomoedas, sendo o Brasil um dos países líderes em adoção no mundo todo.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo BC, 60% dos brasileiros utilizam o Pix como forma de pagamento.
É baseado nesta segunda informação que o coordenador do Banco Central afirma que o bitcoin falhou ao ser utilizado como meio de pagamento e complementa dizendo que:
“Fica meio sem sentido pensar em cripto para fazer pagamento no Brasil. A gente tem um sistema de pagamento muito avançado, o Pix foi um fenômeno de adoção”.

BTC e PIX são coisas diferentes
O problema é que Fábio Araújo demonstra não entender o real propósito pelo qual o bitcoin foi criado e o porque ele conseguiu crescer tanto nos últimos anos, começando a ser adotado por países como El Salvador em 2021.
Bitcoin e Pix são coisas diferentes, criadas por motivos diferentes e com objetivos diferentes.
Bitcoin é dinheiro peer-to-peer, auto-soberano, controlado por uma rede descentralizada. Resumindo, bitcoin é dinheiro forte, muito mais “comparável” ao Real (BRL), do que ao pix.
Pix é um sistema de pagamentos controlado pelo Banco Central, que precisa de intermediários para funcionar (os bancos), com custódia de terceiros e baseado em um dinheiro também centralizado.
Qualquer tentativa de comparação é inválida, porque, por mais que o pix seja uma forma mais efetiva de transferência de valores entre pessoas, o bitcoin tem outras características mais fortes que o torna especial.
Também é de conhecimento do mercado que a blockchain no Bitcoin não é a melhor opção dentre todas as criptomoedas para a realização de pagamentos recorrentes.
Existem outras criptos que unem algumas características fortes do BTC – como auto-soberania, descentralização, ausência de intermediários e segurança – ao mesmo tempo em que oferecem maior eficiência como meios de pagamentos, como a nano, que ainda é um projeto embrionário, com baixa adoção e reconhecimento pelo mercado, mas que reúne todas estas características positivas e algumas próprias.
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E existem criptomoedas como a Monero (XMR), cujo foco está em manter a privacidade de seus usuários e atingir o máximo de fungibilidade possível.
Adoção coercitiva não é adoção
Um outro ponto que vale ressaltar é que a comparação de adoção também é falaciosa, já que por adoção, normalmente se entende a aceitação de uso de forma voluntária.
Com exceção de El Salvador, que transformou o bitcoin em moeda de curso forçado, nenhum outro país obriga seus residentes a aceitarem o BTC como forma de pagamento. As pessoas são livres para aceitar ou recusar.
Sendo que na maioria destes países, o uso ainda é prejudicado por regulamentações e leis que visam dificultar a adoção, para que o Banco Central se livre da concorrência. Já que é o próprio
BC que, normalmente, regula o setor. Garantindo seu monopólio sobre a moeda corrente.
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Já o Real (BRL) é dinheiro de curso forçado e todas as empresas e indivíduos são obrigados por força de lei a aceitar um pagamento realizado com esta moeda nacional.
Os bancos foram obrigados a implementar o Pix em seus sistemas e oferecerem o serviço aos seus clientes. Obrigação que partiu, também, do Banco Central, cujo coordenador hoje se “gaba” da conquista de 60% de uso.
Estes 60%, diferente do que o Fábio Araújo parece acreditar, é um número extremamente negativo, pois mostra que 40% das pessoas no país hoje não possuem acesso ao sistema bancário e são excluídas da sociedade por este motivo.
O Bitcoin (BTC) e moedas como a XNO, visam solucionar exatamente esse problema, permitindo que estas pessoas excluídas do sistema cartelizado de uma moeda central e de pagamentos por meio de intermediários (bancos), possam guardar seu próprio dinheiro de forma segura e transferir valores, não só no Brasil, mas ao redor do mundo inteiro.
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