A Bitfarms, uma empresa de mineração de bitcoin, anunciou no início de outubro que está construindo uma mega fazenda de mineração de bitcoin na Argentina.
A instalação, projetada para acomodar 55.000 mineiros, será concluída no próximo ano – se os legisladores argentinos deixarem.
Isso porque recentemente, o deputado Martín Berhongaray apresentou uma resolução para obrigar o governo a divulgar informações sobre a instalação do prédio.
Mega fazenda de bitcoin na Argentina
A Bitfarms, uma empresa de mineração de bitcoin listada na Nasdaq, anunciou recentemente que começou a construir o que será uma mega fazenda de mineração de bitcoin na Argentina.
A empresa diz que esta instalação será capaz de fornecer energia a milhares de mineradores por meio de um contrato de oito anos com uma empresa privada de energia.
A fazenda fornecerá mais de 210 megawatts de capacidade de infraestrutura para a empresa, que informou em setembro ter uma potência de mineração de 1,4 exahash por segundo.
Sobre a construção, Emiliano Grodzki, CEO da Bitfarms, afirmou:
“Nossa nova instalação de alta produção na Argentina, que deve acomodar mais de 55.000 mineiros após a conclusão, expandirá muito nossa capacidade e presença global.”
Grodzki também destacou os motivos que levaram a empresa a escolher a Argentina. Ele explicou:
“A instalação da Argentina está planejada para produzir Bitcoin usando energia a uma taxa atraente de apenas US$ 2,2 centavos por quilowatt-hora, reduzindo substancialmente nosso já baixo custo de mineração de Bitcoin. “
A instalação já está em construção com uma empresa argentina chamada Proyectos y Obras Americanas S.A. (“PROA”), que fará a montagem da estrutura elétrica necessária para alimentar a instalação.
A fazenda de mineração hospedará 55.000 máquinas de mineração, com a Bitfarms estabelecendo um contrato com uma empresa privada de energia para receber 210 megawatts (MW) de capacidade de infraestrutura a uma taxa de 2,2 centavos por quilowatt-hora.
O que preocupa os legisladores
O ambicioso projeto que a Bitfarms está construindo já começou a causar preocupação aos legisladores argentinos.
Martín Berhongaray, deputado nacional, apresentou uma proposta de lei ao governo para explicar como este negócio foi concebido e se a empresa passou a supervisão das diferentes instituições estaduais vinculadas ao negócio, como os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e da economia do país.
A proposta de lei apresentada exige que seja divulgado informações relacionadas a:
“As áreas competentes em matéria de energia, meio ambiente e economia registraram o acordo anunciado pela empresa canadense Bitfarms, para fornecimento de energia elétrica por meio de Agente do Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MEM) por 8 anos.”
Embora a empresa que está fazendo a construção tenha sido identificada como PROA, a empresa de energia e a localização da instalação ainda são um mistério para o público, já que apenas foi revelado que ela seria localizada em uma área rural em um comunicado recente de relações públicas.
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Essas dúvidas certamente influenciaram a proposta de lei do deputado, que também indaga:
“Se o sistema elétrico total instalado no país, ou instalação iminente, tem essa capacidade disponível. Se o consumo dessa energia elétrica utilizada receberá um subsídio de fundos públicos.”
O motivo da expansão da Bitfarms para a Argentina não é segredo. A região oferece oportunidades de energia a preços acessíveis em certas partes do país, e isso está fazendo com que cada vez mais empresas olhem para a área como um possível destino de expansão.
Por falar em expansão, não podemos deixar de mencionar que o país, apesar de servir de destino para empresas mineradoras, está passando por dificuldades financeiras.
O governo argentino determinou na quarta-feira (20) o congelamento do preço de 1.432 mil itens de alimentação e bens de consumo por 90 dias, para tentar conter a inflação no país, que acumula 52,5% nos últimos 12 meses.
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A medida foi bem recebida por muitos consumidores, que poderão fazer as compras de natal com preços fixos, mas diversos economistas alertam sobre os riscos do tabelamento de preço para reduzir a inflação no longo prazo.
Além disso, entidades que representam o empresariado no país criticaram o tabelamento e alertam que pode haver desabastecimento de produtos depois que os estoques dos itens disponíveis se esgotarem.
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