Michael Burry é médico que virou investidor e apostou contra títulos hipotecários antes da crise financeira de 2008, lucrando bilhões. Como resultado, ele foi protagonizado em um filme (veja a resenha de A Grande Aposta).
Recentemente ele foi ao Twitter para dar uma opinião polêmica: quarentenas destinadas a conter a pandemia de coronavírus são piores que a própria doença.
As consequências para os EUA foram, de fato, devastadoras: mais de 700 mil pessoas perderam seus empregos, o que pode desencadear uma das mais profundas contrações econômicas do país.
Segundo Burry, as medidas governamentais não são necessárias para conter a epidemia e afetaram desproporcionalmente famílias e minorias de baixa renda. Ele também disse que alguns tratamentos controversos para o Covid-19 como a hidroxicloroquina devem ser disponibilizados mais amplamente.
Os argumentos de Burry contra o governo
“Ficar universalmente em casa é a medida mais devastadora na história. E é algo feito pelo ser humano. De repente isso reverte os ganhos de grupos pouco privilegiados, mata e cria viciados em drogas, aterroriza e espanca mulheres e crianças em casas violentas e agora sem trabalho, e mais, aumenta a angústia e o suicídio”, disse o investidor à Bloomberg.
Domestic violence "flourishing." This happening right now. Infuriating that governments sacrificed these women and children with blockhead policies lacking all nuance and understanding. Politicians and media ran roughshod over these victims. #COVID19https://t.co/Cubu1GVDJA
— michaeljburry (@michaeljburry) April 7, 2020
Segundo o Burry, o governo está sacrificando vidas de mulheres e crianças enquanto tenta conter o vírus. Esse é um problema sério, inclusive o chefe da ONU, António Guterres, pediu medidas para combater o “horrível aumento global da violência doméstica” dirigida a mulheres e meninas, em meio à quarentena imposta pelos governos.
Em um tweet do começo de abril, Michael diminuiu a gravidade do vírus e diz esperar revoltas sociais nos Estados Unidos conforme a situação se deteriora.
15 million mortgage defaults? An unemployment rate exceeding 10%? Social unrest can be expected as it passes 20%. Unthinkable in America. Just two months ago the economy was great. A virus shows up that kills less than 0.2%, and the government does THIS? https://t.co/A7Ge7MnoI9
— michaeljburry (@michaeljburry) April 2, 2020
Enquanto Burry diz que letalidade do coronavírus não passaria de 0,2%, caso fizéssemos testes em todas as pessoas, Neil Ferguson, cientista responsável por polêmica projeção de milhões de mortos, afirma que não há dados confiáveis que sustentem a ideia de que 90% é assintomática, e portanto a mortalidade do Covid-19 seria maior.
E aí, você acha que esse gênio das finanças e médico tem razão? Ou Neil Ferguson e seu estudo com 1 milhão de mortos está certo? Deixe sua opinião nos comentários e não esqueça de seguir o Cointimes no Twitter.