FutureBit desenvolveu uma ASIC para mineração doméstica de bitcoin que resolve diversos problemas nessa modalidade e aumenta a descentralização de hashrate na rede.
No painel de mineração doméstica da conferência Bitcoin 2022 que aconteceu em Miami semana passada, foram apresentados alguns tradeoffs que normalmente existem para o minerador doméstico, mas também pudemos conhecer um novo produto no mercado que soluciona muitos destes problemas.
O que é mineração doméstica?
A mineração doméstica é como é chamado o minerador pessoa física que possui os equipamentos de mineração de Bitcoin em sua casa, ao invés do minerador em nuvem ou das grandes empresas e conglomerados de mineração que vêm crescendo e aumentando sua participação de hashrate na rede.
Entre os tradeoffs mais comuns, muito familiares a qualquer um que já tentou realizar esta atividade, estão:
- Barulho ensurdecedor;
- Calor insuportável;
- Consumo energético – bastante caro.
Ao levantar esses pontos, os painelistas brincaram dizendo que deveríamos ignorar a presença de John Stefanopoulos, o fundador da FutureBit, já que ele conseguiu solucionar cada um deles com a criação do equipamento de sua empresa.
O FutureBit é um ASIC (Circuito Integrado de Aplicação Específica) desenvolvido para a mineração em blockchain proof-of-work com foco em eficiência.
O equipamento que pode ser ligado à uma tomada de 220V comum, possui três módulos de execução:
- Baixa performance;
- Equilibrado;
- Alta performance.
Ao ser modulado para baixa performance, ele irá rodar causando um barulho quase imperceptível, consumindo pouca energia da residência e gerando calor também imperceptível. Como um computador residencial.
Em alta performance ele já se assemelha a um potente computador gamer rodando no seu limite máximo, com geração de calor, bastante barulho e consumo energético, mas ainda muito menor do que outras ASICs mais utilizadas para minerar bitcoin, ethereum e outras criptomoedas.
A diferença é que no primeiro, a hashrate gerada será muito baixa e ela terá pouco impacto na rede e uma chance quase nula de conseguir encontrar um bloco, enquanto no terceiro módulo o resultado é melhorado, com os tradeoffs já discutidos.
O segredo está no modo equilibrado (balanced), onde ele busca a maior eficiência, trazendo os melhores resultados em hashrate – ainda com uma chance muito baixa de encontrar um bloco – e menor consumo de recursos e emissão de ruídos ou calor.
Youtuber mostra como minerar bitcoin em casa:
Descentralização de Hashrate
A mineração é um negócio bastante lucrativo que acaba criando uma economia de escala, onde os mineradores com maior hashrate (que investiram mais em equipamentos), conseguem encontrar mais blocos e receber mais recompensas da inflação do bitcoin – atualmente em 6.25 BTC por bloco descoberto.
Isso permite com que eles façam mais reinvestimentos ou consigam melhores acordos com terceiros, aumentando ainda mais sua hashrate que, por sua vez, aumenta ainda mais as recompensas recebidas e assim por diante.
Isso vem causando uma tendência de centralização da hashrate em grandes empresas ou conglomerados de mineradores, através das pools. O que é ruim para a rede, pois a deixa mais dependente destes participantes.
Minerar bitcoin em casa é uma atividade pouco lucrativa hoje em dia, que muitas vezes pode trazer até mesmo prejuízo para o minerador que não consegue competir com a rede e ainda precisa lidar com todos os trade offs que falamos no começo da matéria.
Então essa atividade doméstica acaba sendo realizada mais por entusiastas que querem ajudar a manter a rede descentralizada. Cujo foco é muito mais em melhorar a segurança do Bitcoin, do que em lucrar com o negócio.
Isso é ótimo para a rede e, com inovações como a FutureBit, a mineração doméstica volta a ficar interessante, por resolver problemas comuns e ainda incentivar a mineração.
Além disso, caso o minerador doméstico tenha sorte, ele ainda pode ganhar na loteria e encontrar um bloco, recebendo a recompensa de 6,25 bitcoins.
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