No início do ano, quando os NFTs ainda estavam em alta, Neymar transferiu mais de R$ 6 milhões em ethers (ETH) para adquirir dois Bored Apes. Agora, os macacos entediados tokenizados são avaliados em cerca de R$ 920 mil.
Em janeiro, a conta oficial do craque jogador de futebol no OpenSea gastou cerca de 350 ETH por dois tokens da coleção Bored Ape Yatch Club, conforme dados do marketplace de NFTs. O ídolo brasileiro logo foi ao Twitter anunciar sua compra:
O jogador aproveitou bem seus NFTs de Bored Ape, tornando-os até mesmo estampa de roupas e tema do bolo de aniversário.
Mas essa festa durou pouco. Conforme noticiamos anteriormente, em agosto o cenário do setor de NFTs já era completamente diferente, e o volume de negociações na OpenSea desabou em 99%.
De acordo com o pesquisador de criptomoedas Vini Barbosa, o momento de baixa no mercado cripto levou os investidores a se afastarem de ativos de baixa liquidez, como os NFTs. Dessa forma, a busca por ativos mais líquidos durante o bear market naturalmente fez com que o interesse por NFTs diminuísse.
No momento da escrita desta matéria os NFTs de Neymar (que estão sob custódia da conta EneJayVault no OpenSea) são avaliados em 100 WETH e 54,65 WETH. A Wrapped Ethereum (WETH) é uma criptomoeda que acompanha o preço do próprio ether (ETH).
Na data em que foram comprados, os Bored Apes 5269 e 6633 valiam, respectivamente, 189,69 ETH e 159,99 ETH. Mas, Neymar e a gigantesca maioria dos demais detentores de NFTs neste ano perderam em duas frentes: a desvalorização do NFT e a queda da cotação do Ethereum.
O caso de Justin Bieber foi similar, artista pop que também investiu na maior coleção de NFTs do mundo. O cantor canadense pagou quase R$ 7 milhões pelo Bored Ape 3001, a melhor oferta por ele é de 54,9 WETH ou R$ 318 mil.
Para o analista técnico Thiago Souza, o preço do ETH sofreu com a queda do bitcoin neste ano, já que a correlação entre as principais criptomoedas é muito alta. Segundo Souza, a última atualização do Ethereum (o The Merge), apesar de diminuir o gasto energético de rede em mais de 99%, também trouxe à tona possíveis problemas relacionados a centralização, o que pode ter afetado a confiança de alguns investidores.
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