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O problema de Cuba não é o dólar, nem o Bitcoin, é o regime cubano

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As ruas de Havana estavam tranquilas nesta segunda-feira (12), apesar da forte presença policial e as frequentes suspensões da internet móvel – única forma que muitos cubanos têm de acessar a web.

Entretanto, essa tranquilidade toda não foi vista nos protestos de domingo (11), na capital cubana. A população da Ilha socialista passa por um momento complexo na história do regime político idealizado por Fidel Castro. 

O problema em Cuba

Os reais problemas de Cuba vão se intensificando assim como as manifestações da população contra o regime político, conforme os planos econômicos do governo vão se acumulando numa bola de neve. 

O país viu o PIB encolher 11% no ano passado, por exemplo. A ilha, que importa mais de 70% do que consome, sofre com a escassez de alimentos e remédios por conta do fechamento das fronteiras durante a pandemia de Covid. 

Manifestações populares em Havana, capital cubana.  Manifestantes se afastam de soldados que bloqueiam estrada durante protesto em Havana contra o governo - Alexandre Meneghini - 11.07.2021/Reuters
Manifestantes se afastam de soldados que bloqueiam estrada durante protesto em Havana contra o governo – Alexandre Meneghini – 11.07.2021/Reuters

Mas isso não é tudo, pois os protestos tardios contra o regime já estabelecido estão ocorrendo devido a falta de comida, voos internacionais, condições de saúde, sanitárias e censura midiática. 

O governo do novo presidente Miguel Díaz-Canel – presidente do Conselho de Estado de Cuba desde 19 de abril de 2018 –  respondeu os manifestantes, enchendo a capital do país de militares e policiais e prendendo ao menos 80 manifestantes, ativistas e jornalistas independentes em todo o país desde o domingo (11), de acordo com o grupo de direitos humanos Cubalex.

O presidente, disse em um discurso transmitido pela televisão: “A ordem de combate está dada: às ruas os revolucionários”, convocando, além dos policiais e militares, os revolucionários apoiadores do regime, e em seguida acusou “a máfia cubano-americana” de estar por trás do levante popular.

Resumindo os acontecimentos:

  • Em abril deste ano, o VIII Congresso do Partido Comunista de Cuba elegeu o presidente Miguel Díaz-Canel como líder máximo da legenda e formalizou a saída do birô político dos três líderes históricos que permaneciam à frente do Partido Comunista Cubano (PCC): Raúl Castro, de 89 anos, José Ramón Machado Ventura, de 90, e o comandante Ramiro Valdés, de 88. 
  • Neste mesmo congresso, a direção do PCC anunciou também, que o Bitcoin vai passar a ser um dos pontos de interesse e de estudo para as diretrizes econômicas do país para o período de 2021-2026.
  • Após este anúncio, Cuba suspende temporariamente os depósitos bancários de dólares em espécie. Uma medida que o governo atribuiu ao embargo financeiro e comercial dos Estados Unidos e que foi tomada por conta de uma forte desvalorização da moeda local frente ao dólar desde o final do ano passado. 
  • Os protestos em Havana eclodiram em meio à mais profunda crise econômica de Cuba desde a queda da antiga aliada União Soviética.

O que o PCC conseguiria aderindo ao Bitcoin como moeda, seria fugir do “padrão dólar” que tanto sufoca a economia da ilha. Entretanto, a cúpula do partido soberano do país está mais interessada em abafar as manifestações populares. O típico pensamento econômico comunista, que perdeu sua validade empírica com a queda da União Soviética, ainda anda fazendo vítimas no século XXI. 

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