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O que é o Proof of Keys e como se preparar em 2023

Proof of Keys bitcoin

O Proof of Keys é uma celebração anual da criação do Bitcoin, onde os entusiastas costumam retirar todas as suas moedas de serviços centralizados.

O Proof of Keys (prova de chaves, em tradução livre) é uma espécie de corrida bancária organizada. Mas, diferentemente dos bancos tradicionais que operam com reservas fracionárias e limitações de saques, as exchanges de criptomoedas e outros serviços que fazem custódia de bitcoin teoricamente devem manter reservas de 1 para 1 com todas as moedas utilizadas na plataforma.

Esse evento representa a máxima “not your keys, not your coins” (não são suas chaves, não são suas moedas) sendo levada a sério.

Idealizado originalmente pelo podcaster e bitcoiner Trace Mayer, o Proof of Keys acontece todo dia 3 de janeiro, em referência à data de mineração do bloco zero da rede Bitcoin. Para ele, a importância do evento é a declaração da soberania monetária.

“É importante declararmos e re-declararmos nossa soberania monetária regularmente. Quaisquer pessoas que não querem que você segure suas próprias chaves privadas ou estabeleça seu próprio nó na rede, elas são suas inimigas monetárias. Elas não querem que você seja livre e independente com seu dinheiro.”, afirmou Mayer.

Segundo o entusiasta, é apenas uma questão de tempo para que os investidores de bitcoin que terceirizam a sua custódia se deem mal. “Sério, é apenas assim que funciona. Então não faça isso.”

Apesar de ser idealizado há 4 anos, a importância da auto-custódia de criptomoeda apenas se torna mais relevante. O ano de 2022, por exemplo, foi um show de horrores quando falamos em serviços centralizados entrando em falência e deixando os depositantes sem saber quando ou se irão receber seu próprio dinheiro. Dito isso, vamos entender como se defender dos riscos de custódia.

Como se preparar para o Proof of Keys em 2023

Antes de mais nada, lembre-se que você não precisa estar desesperado com a chegada do dia 3 de janeiro. “Palma, palma, não priemos cânico”, como dizia Chapolin. Apesar de ser desenhada para funcionar como uma bank run em massa, não é necessariamente um movimento anti-exchanges.

Algumas pessoas preferem evitar os serviços centralizados completamente e manter a soberania em 100% do tempo, o que é excelente. Mas, esse não é o caso para a maioria dos usuários de bitcoin e outras criptomoedas. Os traders, por exemplo, precisam utilizar os livros de ofertas das corretoras para trabalhar. O que fazer nesse caso?

Mesmo que você seja um trader, isso não impede a sua participação do Proof of Keys day, levando em consideração que você pode realizar um saque hoje e depositar novamente alguns dias depois, por exemplo. A participação ainda é interessante por questão de princípio e segurança. E se a exchange que você estiver usando não honrar com todos os saques neste dia, você ainda se sentiria seguro? Em um caso assim, era melhor você ter sacado antes.

A sua participação no evento requer apenas alguns passos simples:

  1. A criação de uma carteira não custodial (aprenda a criar uma neste artigo e veja algumas sugestões aqui);
  2. Sacar todas as suas moedas de todos os serviços centralizados que você utiliza (se atente à rede que está usando, caso invista em diversas criptomoedas);
  3. Caso a empresa lide bem com o proof of keys e você ainda precise usar seu serviço, deposite novamente alguns dias depois.

Veja aqui “sugestões de carteiras privadas para guardar seu dinheiro no Proof of Keys“.

Lembre-se, apesar de ter a sua relevância, não quebrar no dia 3 de janeiro não é garantia de que o serviço seja completamente líquido. Pode simplesmente ter faltado adoção o suficiente no evento para comprovar algum buraco financeiro no serviço.

Outro detalhe interessante, é que apesar de ser celebrado no dia 3, da criação do bloco 0 em 2009, uma corrida bancária prejudica os “últimos da fila”. Dessa forma – e é por isso que este artigo está sendo publicado no dia 2 – é bom se antecipar ao evento.

Mas, não tenha pressa! Fazer uma auto-custódia mal feita pode ser ainda mais perigoso que utilizar um custodiante para as suas moedas. Leia o artigo “Afinal, como garantir a segurança dos bitcoins?” para estudar mais sobre o assunto.

Veja também a série “wallets”, no canal no Youtube do Cointimes:

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