Dentro de 10 dias, no dia 03 de janeiro de 2022, é comemorado oficialmente o “Proof-of-Keys Day”, onde holders, entusiastas e traders do mundo inteiro são incentivados a retirar seus fundos das exchanges para carteiras não-custodiais, afirmando a soberania sobre seu patrimônio e garantindo que as bolsas se mantenham honestas.
Hoje vamos explicar o que é o PoK Day, sua importância e como participar.
Saiba mais: Sugestões de carteiras privadas para guardar seu dinheiro no Proof of Keys
Proof of Keys Day e soberania
Proof of Keys Day – Dia da Prova das Chaves, em uma tradução literal – foi idealizado por Trace Mayer, um podcaster e investidor de criptomoedas. Ele criou o conceito como uma celebração anual com o objetivo de incentivar os investidores de criptomoedas a recuperar sua autonomia monetária e colocar a honestidade das exchanges, e outros serviços custodiais, em teste.
O Proof of Keys Day é celebrado no mesmo dia do primeiro bloco gênesis do Bitcoin, 03 de janeiro, e ocorre todos os anos desde 2019.
O evento já possui apoio e engajamento de diversas outras comunidades cripto além do Bitcoin (BTC) como: Bitcoin Cash (BCH), Monero (XMR) e Nano (XNO).
Para participar, basta se unir ao movimento HODLER e sacar todas suas criptomoedas para uma carteira privada, auto-soberana e não-custodial no dia 03 de janeiro de 2022.
Muitos traders que precisam dos fundos nas exchanges fazem um saque seguido de um depósito no dia seguinte, apenas para testar a liquidez e honestidade da bolsa em que operam, o que também pode ser recomendado.
Riscos ao usar serviços custodiais
Quando os investidores mantêm suas criptomoedas em exchanges ou serviços custodiais, eles não possuem a propriedade e soberania dos fundos. Quem os detêm, são as instituições que detêm a chave privada (seed), que é o que dá acesso aos fundos na rede.
Ao optar por terceirizar a custódia, os investidores são obrigados a confiar no terceiro e ficam expostos à alguns riscos como:
- Falta de liquidez caso muitos investidores queiram realizar um saque dos fundos ao mesmo tempo; e se o serviço estiver mentindo sobre suas reservas e utilizando o dinheiro dos clientes para outros fins;
- Roubos, invasões e hacks em exchanges que são alvos bem atrativos em volume patrimonial. Por melhor que seja a segurança das empresas, os casos de roubos são frequentes; já que é mais lucrativo tentar roubar um único fundo custodial de múltiplos clientes, do que atacar múltiplos clientes independentes;
- Exit scam, golpes, falsos hacks em exchanges e outros serviços terceiros, onde eles próprios roubam os fundos dos clientes e utilizam a posição de vítima contra um suposto ataque para se livrar das acusações e fugir com o dinheiro;
- Problemas técnicos de hardware, conexão, configuração de software em serviços terceiros que prejudicam a rede e a usabilidade dos fundos.
No site proofofkeys.com são listados diversos casos de “problemas” que ocorreram um pouco antes, na véspera ou durante o PoK-Day, demonstrando sua importância.
Não são poucos os casos de “hacks”, congelamento de operações, sobrecarga de servidores, etc.
A frase “Not your keys, not your coins” – “Se não é sua chave privada, não são suas moedas”, explica a ideia por trás disso.
Auto-soberania é inovadora no sistema financeiro
Antes do surgimento do Bitcoin, caso investidores não quisessem confiar a custódia de seus fundos para terceiros, eles ficavam impossibilitados de utilizar serviços digitais, precisando guardar seu patrimônio financeiro fisicamente em cofres. Ouro, notas de dinheiro em espécie, títulos promissórios e participações/ações empresariais em contratos de papéis.
Com isso ficavam sujeitos a roubos, incêndios e dificuldades logísticas para transporte e armazenagem.
Quando uma pessoa mantém seu dinheiro no banco, seu ouro sob custódia ou seus títulos e ações com uma corretora, ela depende da “boa vontade” e honestidade dos prestadores de serviço em disponibilizar estes fundos.
Algumas vezes enfrentando falta de liquidez, barreiras regulatórias e burocráticas, tempos de espera prolongados, entre outros problemas.
A tecnologia blockchain, com proteção criptográfica, passou a permitir a soberania total dos fundos por parte de seus proprietários.
Claro que isso também envolve riscos e, nesse caso, o dono dos fundos é o único responsável pela segurança de seu patrimônio.
Os protocolos de moedas como BTC, BCH, XMR e XNO funcionam com os registros de transações e posse distribuídos de forma descentralizada em uma rede protegida por criptografia e a forma de acessar essa rede é através de uma chave privada (key ou seed) que “desbloqueia” a informação e permite controle sobre as moedas.
Caso o usuário perca o registro da chave, é matematicamente impossível recuperar os fundos. Eles estão perdidos para sempre e é exatamente isso que garante que ninguém mais consiga mover estes valores, mantendo-os em segurança.
Por tanto, é recomendado que, caso o investidor decida utilizar carteiras soberanas não-custodiais, seja realizado um backup da chave (key ou seed) em um ou mais locais seguros, de preferência offline e ainda melhor se em material à prova de fogo.
Na véspera do proof of keys day vamos fazer um novo artigo listando algumas carteiras que você pode utilizar para sacar seus fundos com segurança e garantir a soberania absoluta sobre seus investimentos!
Caso já possua carteiras não-custodiais com soberania garantida, você não precisa esperar o dia 03 chegar. Tire seu dinheiro das exchanges sempre que possível, proteja seu patrimônio, afirme sua posse e mantenha os serviços honestos.
Para protocolos com consenso em Proof-of-Stake, Open Representative Voting ou semelhantes, essa atitude também ajuda com a descentralização e segurança da rede.