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A pesquisa eleitoral decide a eleição, e você entra nessa

Pesquisa eleitoral

Em quem você pretende votar para as eleições deste ano? Por quê? Você pensa como uma estratégia para evitar que vença quem você não gosta baseado nas pesquisas de intenção ou simplesmente escolhe quem tem as melhores propostas de acordo com a sua maneira de pensar?

É, gostaria de não estar apenas na minha bolha particular, mas temo estar certo ao afirmar que chegamos no ano que a disputa deixou de ser sobre o melhor para o futuro do nosso país. Agora tudo que assistimos é uma corrida sobre rejeição e medo do que pode acontecer. E quem dita essas regras? Os institutos de pesquisa com a intenção de voto.

Evolução de intenção de voto segundo IBOPE
Fonte G1.com.br.

Vamos citar nomes e aguardar os haters? Eles virão.

Começando com o líder das pesquisas. Por que as pessoas votam em Jair Bolsonaro? Com ideias ultra radicais, descartando as minorias, mulheres, negros, homossexuais e apelando para um discurso intransigente e, em muitos momentos fascistas, conta com a bancada de Igreja graças a Deus, mas a maioria de seus eleitores temem simplesmente uma nova vitória do PT, e o veem como única esperança contra o regime de poder do rival.

De onde eu tirei isso? Veja este vídeo com o mesmo conteúdo da campanha de Geraldo Alckmin (quarto lugar nas pesquisas), que trata de tentar (via rejeição) “pescar” alguns dos eleitores de Bolsonaro. E isso não é apenas uma declaração isolada do candidato, é estratégia.

Qual a estratégia do PT, segundo lugar das famigeradas pesquisas? Além de se apoiar na figura populista do ex-presidente condenado e vitimizado no limitado discurso de golpe político, apela para a grande rejeição de Jair Bolsonaro com peso forte na campanha #EleNão. Tirando proveito do hype que já contou com apoio de figuras famosas em uma campanha que não é deles. Além disso, eles contam com as… Pesquisas! Que apontam Fernando Haddad como vencedor em um segundo turno com Jair Bolsonaro.

Histórico: diferenças entre pesquisas divulgadas e resultados de eleições

Em 2014 foi significativa a diferença entre o conteúdo divulgado nas pesquisas e o real resultado das urnas. Isso gerou, inclusive, uma série de teorias da conspiração sobre o assunto. Alguém é responsabilizado por isso?

Veja o registro das diferenças do que se via nas pesquisas de intenção, vai além de margens de erro:

PRESIDENTE
Votação – Dilma Rousseff (PT) 41,5% x Aécio Neves (PSDB) 33,5%
Ibope – Dilma Rousseff (PT) 46% x Aécio Neves (PSDB) 27%
Datafolha – Dilma Rousseff (PT) 44% x Aécio Neves (PSDB) 26%

Para governador, em alguns estados chegou a mais de dez pontos percentuais de diferença. Veja os números completos no iG:  Veja a diferença entre as pesquisas e os resultados das eleições no Brasil

Não é o único caso. Foi considerado normal o que houve na eleição à prefeitura do João Dória em 2016? No início, as pesquisas apontavam apenas 5% das intenções de voto, o candidato tucano venceu a eleição no primeiro turno, com 53,29% dos votos.

Algo até mesmo pior aconteceu com os presidenciáveis americanos em 2016, apenas um dos institutos de pesquisa acertou a vitória de Donald Trump contra Hillary Clinton.

“Voto útil”, definido pela classificação da pesquisa

Onde eu quero chegar com isso? Candidatos tecnicamente melhores são simplesmente descartados pela estratégia de combate aos líderes de intenção. Um bom exemplo? O candidato João Amoêdo, que pelo tempo do partido, sequer tem direito de participar dos debates na televisão. Campeão na preferência de empresários é preterido pelo chamado “voto útil”. Veja este artigo publicado na Exame:

Voto útil desbanca Amoêdo entre a comunidade financeira

Destaco o trecho:

“Mas como as pesquisas de opinião não indicam que ele terá qualquer chance de chegar ao segundo turno, seus fãs consideram votar em outros candidatos. O raciocínio de muitos profissionais do mercado financeiro é que o pior desfecho possível seria a volta do Partido dos Trabalhadores. Por isso, estão dispostos a votar em candidatos dos quais discordam, mas têm maior chance de vitória no segundo turno.”

O caso é semelhante ao de Henrique Meirelles, principalmente ao levar em consideração seu economista e força para liderar a Economia do país.

O voto tático, ou voto útil é conhecido e está presente desde sempre, e é parte importante na estratégia da maioria. A teoria faz parte do sistema de votação, e está presente exatamente para garantir uma autonomia de que os mesmos candidatos permaneçam e “O Mecanismo” não seja corrompido. É a trava de segurança do sistema contra mudanças bruscas.

Meu ponto principal: se você de fato tem interesse em mudar algo em nosso país, precisa abandonar esta história de voto útil. Vença qualquer um dos lados, de Bolsonaro, do PT, (P)MDB ou PSDB, nada mudará. Tudo está ligado, eles sabem disso e não existe o menor interesse em mudar.

E aí, qual será a utilidade do seu voto? Vai votar em alguém que acredita ou vai achar que a estratégia de voto dos outros é sua e escolher o “menos pior”?

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