Em uma reunião feita na tarde de hoje entre o CEO do Paypal e Roberto Campos Neto (presidente do Banco Central), Neto revelou mais detalhes sobre a digitalização da moeda brasileira.
Segundo a Bloomberg, Neto disse que o último passo para a moeda brasileira seria a criação de uma moeda digital. Ele também disse que vê como solução as stablecoins.
Governo brasileiro e digitalização do real
Não é de hoje que o governo brasileiro vem fazendo testes com blockchain e digitalização monetária.
Em 2017 o BNDES começou a testar a tecnologia do blockchain para dar mais transparência para suas transações.
Em 19 de fevereiro o BC anunciou a marca do seu sistema integrado e instantâneo de pagamentos, o PIX. Esse novo sistema permitirá transações via QR, NFC ou MST, 24/7 e contará com instituições que vão desde o Nubank até grandes bancos como Bradesco e Banco do Brasil.
Ou seja, o governo já iniciou o processo de digitalização do real para um sistema mais moderno e funcional.
Em conjunto com o PIX, o BC regulamentou nesse mês (04/05) o funcionamento do Open Banking:
“O open banking é uma iniciativa que vem sendo discutida em vários países ao redor do mundo, com escopo e dimensões diferentes. No caso brasileiro, optamos por um modelo o mais abrangente possível.
O primeiro objetivo é empoderar o consumidor financeiro, bem na linha de proteção de dados, de que a informação pertence ao consumidor e cabe a ele decidir compartilhar ou não essa informação com terceiros.
Esse projeto também facilita o aumento da eficiência no âmbito do sistema financeiro, incentiva a inovação, e naturalmente aumenta a competitividade”, disse o diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso, em entrevista transmitida pela internet
Contudo, a completa digitalização da moeda como um dinheiro programável e totalmente digital parece estar um pouco longe do cenário brasileiro. Já em outros países o processo está bem mais adiantado.
Na China, por exemplo, o Banco Central já lançou sua moeda digitalizada. Explicamos mais sobre o e-Yuan no post “O pesadelo chinês está chegando para o dólar, diz Forbes“.
Já os bancos europeus estão trabalhando com um framework para uma moeda programável. Uma aliança entre Credit Suisse, Commerzbank e Deutsche Bank e outros 200 bancos está pressionando o BCE na direção da digitalização.

Se o Brasil seguir o possível caminho do BCE em breve teremos um dinheiro programável à Ethereum, mas centralizado. Será que seguiremos essa via?