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Professor da Unicamp assina carta internacional anti-cripto em apoio a regulamentação nos EUA

Jorge Stolfi - Professor da Unicamp afirma que “bitcoins não existem”

Uma carta aberta anti-cripto está sendo direcionada para senadores americanos e representantes da Casa Branca, ela é assinada por 26 especialistas em tecnologia incluindo o crítico do Bitcoin Jorge Stolfi, professor da Unicamp.

O conteúdo enviado ao Congresso é recheado de críticas às criptomoedas, que vão desde a suposta segurança e descentralização à privacidade financeira e casos de uso. A irreversibilidade das transações e o fato do esquecimento de senhas resultar na perda de fundos também são características reprovadas pelos especialistas.

O objetivo da carta, segundo um dos autores, é fazer um “contra-lobbying” em resposta aos lobistas do mercado de criptomoedas, geralmente pagos por grandes corretoras americanas e globais, como Coinbase, FTX, Binance e Crypto.com.

O site onde a carta anti-cripto pode ser lida na íntegra conta com os nomes dos signatários e convida outros cientistas da computação, engenheiros de software e tecnólogos a assinar e prestar apoio ao que está sendo dito. A lista atual inclui um ex-engenheiro de software da MicroSoft, o principal engenheiro da Google Cloud e um professor da Universidade de Campinas.

Jorge Stolfi, da Unicamp, é um crítico do Bitcoin de longa data. Ele comparou criptomoedas com esquemas ponzi e chegou a alegar que “bitcoins não existem“. Falando para o Cointimes em dezembro de 2020, Stolfi admitiu que Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin, era um “desenvolvedor de software bem competente”, mas, segundo ele, “tinha conhecimento negativo sobre economia e moedas”.

Desenvolvedor do Bitcoin comenta sobre a carta

Sjors Provoost, um dos desenvolvedores do Bitcoin mais ativos atualmente, escreveu uma série de posts no Twitter para comentar sobre alguns pontos importantes da carta anti-cripto.

Provoost aponta que, embora o texto da carta critique, ao mesmo tempo, a falta de privacidade de blockchains públicos e a possibilidade de uso para lavagem de dinheiro de blockchains opacos, o certificado HTTPS da página é emitido e protegido pela EFF, um grupo que defende a privacidade e permite que pessoas gerem certificados HTTPS anônimos.

No entanto, Provoost reconhece que a página traz os contatos da AFR e LifeItself Labs, mas critica a vagueza das informações de seus sites. São grupos de lobistas que não revelam que grupos ou fundos estão por trás deles. O desenvolvedor comparou isso com golpes de afinidade, como ICOs com fotos de celebridades na capa do site.

Com isso estabelecido, suas críticas ao conteúdo se tornam bem mais duras. A carta diz que “contesta as reivindicações” sobre os potenciais da tecnologia blockchain, mas não lista nem refuta claramente as reivindicações. A carta afirma que “soluções muito melhores” a blockchain já existem e já estão em uso, mas não explicita quais são elas, nem revela se os lobistas por trás da carta ganham dinheiro com essas soluções.

E ele não foi o único a criticar o modo que a carta foi apresentada. Nic Carter, fundador da Coin Metrics, disse que a carta inteira baseava-se em apelo a autoridade enquanto não continha nenhum especialista em blockchain na lista de signatários.

“Muitos dos signatários são apenas trolls aleatórios do twitter sem nenhum conhecimento real, no máximo eles escreveram algum ebook petulante. Quantas publicações revisadas por pares sobre tópicos relevantes eles possuem coletivamente?

Escrever código para viver não faz de você um “especialista em tecnologia” em algum outro sistema não relacionado apenas porque também é feito de código. Isso é insano. Mais um produto da academia corrupta para o pipeline da MSM [mídia mainstream]”.

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