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Recomendação cultural: Documentário “Quem matou o Bitcoin?”

Capa do documentário - Quem matou o Bitcoin

O documentário: “Quem matou o Bitcoin?” trás algumas críticas importantes sobre os caminhos que foram escolhidos para a implementação do Bitcoin Core e como isso criou alguns problemas de centralização no desenvolvimento liderado pela Blockstream.

Assista o documentário no Youtube

O vídeo tem um viés libertário, evocando os princípios sobre os quais o Bitcoin foi idealizado, criado e desenvolvido por Satoshi Nakamoto, conforme apresentado no whitepaper original.

Infelizmente o documentário não possui versão em português, mas está disponível no youtube no canal “La Eterna Vigilancia” que o produziu, com áudio original em espanhol, ou já em versão dublada em inglês.

Clique aqui para assistir a versão original em espanhol.

Clique aqui para assistir a versão em inglês.

Quem matou o Bitcoin?

“Quem matou o Bitcoin?” assume um tom de narrativa histórica, começando com Roger Ver – um dos primeiros investidores do Bitcoin – contando emocionado um caso de genocídio patrocinado pelo governo dos Estados Unidos, que dá a entender ter sido um momento decisivo em sua própria história para as escolhas que fez em seguida.

Aula de história sobre o Bitcoin

O narrador começa então a contar alguns problemas do sistema fiduciário, com foco para o “corralito” – uma série de medidas econômicas na Argentina de 2001 que envolveu congelamento de fundos e uma corrida bancária massiva, deixando milhares na miséria.

Com isso se justifica a criação de um dinheiro digital descentralizado – fora do controle de um banco central – e sem a necessidade de intermediários para fornecimento de liquidez e custódia.

O autor do documentário explica sobre a criação do e-gold e chega até a proposta de desenvolvimento do Bitcoin, por Satoshi Nakamoto.

Após apresentar a ideia central,  o funcionamento básico do protocolo, da mineração e o papel de cada participante – desde os nodes observadores, até os usuários comuns e mineradores – chegamos na polêmica discussão sobre o limite de tamanho dos blocos.

O apresentador explica que Satoshi Nakamoto já havia previsto a necessidade de aumentar o tamanho dos blocos no famoso forum bitcointalk.org, mas que a Blockstream, responsável pela Bitcoin Core, foi terminantemente contra qualquer proposta de aumento de blocos nos anos que se seguiram com o aumento da demanda e do uso da rede.

O canal “La Eterna Vigilancia” mostra que a implementação Bitcoin Core possui quase 100% de dominância no uso sobre as demais implementações, o que é prejudicial para a descentralização, criando um desenvolvimento totalmente dependente da Blockstream.

gráfico em pizza com 98,74% de implementações de nodes com o Bitcoin Core

Foram feitas tentativas de novas implementações de nodes, por exemplo através do Bitcoin XT, para melhorar a descentralização do desenvolvimento, mas qualquer um que se opunha às decisões da Blockstream, acabava sendo removido das comunidades e dos grupos de discussões.

Bitcoin Cash como alternativa

E foi quando surgiu o Bitcoin Cash (BCH), em 2017, com desenvolvedores e nodes liderados por Roger Ver decidindo pela execução de um hard fork na rede para buscar um desenvolvimento mais voltado para a proposta original do whitepaper e com foco em uso e adoção da rede como dinheiro eletrônico peer-to-peer e descentralizado.

Neste momento fica claro que o documentário é produzido por entusiastas do BCH, que continuam tecendo fortes críticas e apresentando evidências reais sobre a influência de grandes bancos e redes de pagamentos (como a MasterCard) sobre a Blockstream.

A teoria da conspiração

São encontradas ligações com membros do governo que publicamente se mostravam contra o BTC, mas faziam parte dos grupos empresariais envolvidos com o desenvolvimento do Bitcoin Core e de todas as decisões que, de acordo com o canal, “mataram o bitcoin”.

O próprio desenvolvimento da Lightning Network é colocado em pauta, demonstrando que a rede inevitavelmente tem uma tendência de centralização sobre grandes “HUBs” de liquidez, que são nodes institucionais responsáveis por rotear transações e conectar todos os canais – mais ou menos como ocorre no sistema bancário atual.

Todo este caso é tratado através da identificação de um suposto cartel, com o envolvimento de diversas partes, inclusive da própria Bitfinex – responsável pelo Tether USD (USDT) – e de acusações sobre a criação de dinheiro falso pela empresa para aumentar o preço do BTC artificialmente, fazendo-o se destacar sobre o mercado.

*Todos os fatos apresentados devem ser verificados por cada um que se interesse sobre o assunto e cada um deve fazer suas próprias pesquisas e tirar suas próprias conclusões.

Mudança de opinião

O próprio narrador, no final do vídeo, afirma que já foi um grande entusiasta da versão mais aceita pelo mercado, mas mudou de opinião quando encontrou novas evidências, conforme as que apresentou no documentário.

Conclusão

O vídeo possui mais de 40 minutos e não vou conseguir trazer todas as informações, por isso é bastante recomendado assistir o material completo, caso você queira se aprofundar.

*O redator desta matéria (Vini Barbosa) não possui Bitcoin Cash (BCH) em carteira, mas acredita que compartilhar informações relevantes, evidências e conteúdo de qualidade é de extrema importância para o amadurecimento do mercado e para que cada pessoa, investidor ou entusiasta possa tirar suas próprias conclusões acerca dos fatos.

“Quem matou o Bitcoin” é o tipo de vídeo que faz refletir e atiça a curiosidade para que o espectador pesquise sobre os projetos que investe e apoia. Trás um contexto histórico muito bem pesquisado e, por mais que o ouvinte não acredite em algumas evidências apresentadas, ainda pode acabar aprendendo alguma coisa interessante.

Se apenas uma parte do que foi mostrado no vídeo for verdade, significa que um grupo empresarial conseguiu prejudicar o crescimento de uma tecnologia realmente revolucionária, criando algo que não oferece risco real ao sistema cartelizado que Satoshi Nakamoto idealizou corrigir. Em um modelo que tende a centralizar cada vez mais com o tempo.

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