Em setembro de 2019 o fundo de financiamento da criptomoeda Dash resolveu cortar a subvenção ao evangelista George Donelly e sua iniciativa Dash Latam.
Talvez esse tenha sido um erro crucial para a criptomoeda que um dia figurou entre as 10 principais do mercado e hoje amarga a 16° posição.
George Donelly recebia do fundo descentralizado da criptomoeda Dash o suficiente para criar eventos e suportar 80 funcionários espalhados por Brasil, Colômbia, Venezuela, Peru, Guatemala e Equador.
Após um ano de trabalho, a Dash Latam conseguiu convencer mais de 1160 comerciantes a aceitarem a moeda digital.
Entretanto, os frutos de todo esse esforço pode para nas mãos de uma criptomoeda concorrente, o Bitcoin Cash.
Bitcoin Cash América Latina dominando gradualmente
Na mesma época que Donelly era retirado da Dash, o Bitcoin Cash tomava a liderança como a criptomoeda mais usada por comerciantes na Venezuela.
Agora essa vantagem pode aumentar, visto que a Dash Latam se transformou em Bitcoin Cash América Latina. Ou seja, toda a infraestrutura e rede de contatos construída pela Dash Latam ao longo de um ano serão usadas para aumentar o uso do BCH.
“O Bitcoin Cash entende e valoriza a adoção do comerciante pelo que posso ver. É uma das 5 principais criptomoedas, isso dá às pessoas maior confiança ao aceitar criptomoedas.”, disse Donelly.
Enquanto o Bitcoin Core, se foca em se tornar uma espécie de ouro digital, o Bitcoin Cash quer ser o dinheiro da internet.
Para isso a comunidade do Bitcoin Cash tem criado ferramentas que facilitam a adoção por comerciantes, como o aplicativo Bitcoin Cash Register.
Parece que a tática tem funcionado, mesmo sem o apoio das grandes corretoras e bancos, o Bitcoin Cash dominou o comércio na Venezuela, Austrália e está perto de virar o jogo no Japão.
A região de atuação da “Bitcoin Cash Latam” conta com mais de 600 milhões de pessoas. Pode ser um grande passo para a adoção de criptomoedas na região.
Mas, além disso, Donelly quer ganhar dinheiro com essa adoção.
Bitcoin Cash, o blockchain das remessas?
Em vez de confiar em um fundo descentralizado, Donelly criou uma empresa chamada Panmoni. Ela irá atuar no mercado de remessas internacionais.
Segundo ele, o mercado de remessas na região é de 88 bilhões de dólares anualmente e vem crescendo sem parar.
“As remessas são muito caras em taxas médias de 8% em todo o mundo (<40% em certos mercados)… As criptomoedas oferecem uma vantagem natural sempre que o dinheiro cruza uma fronteira devido a barreiras econômicas formais.”, afirmou George.
Entendendo que as remessas são recorrentes, a Panmoni precisará de poucos clientes para ter um fluxo de dinheiro para se manter.
O negócio parece promissor tanto para o Bitcoin Cash, quanto para Panmoni. Contudo, para montar a empresa ele pede 4 mil BCH, em troca os investidores receberão um token no blockchain do Bitcoin representando uma cota da empresa.
De acordo com o empresário, parte dos lucros será divido entre os investidores.
Não sabemos se a iniciativa vai dar certo, estamos acompanhando de perto o crescimento do Bitcoin Cash na América Latina.
Veja também: Roger Ver anuncia fundo de US$200 milhões para o Bitcoin Cash