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A Onda Bukele: Combate ao Crime e Adoção do Bitcoin Ressoam na América Latina

Presidente de El Salvador

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ganha popularidade na América Latina com a sua estratégia militarizada de combate ao crime, conhecida como ‘mano dura’, atraindo a atenção de políticos e cidadãos que esperam replicar suas políticas em seus próprios países. Além disso, seu audacioso movimento de adotar o Bitcoin como moeda oficial pode se tornar uma tendência influente na região, apesar das controversas e desafios associados.

A expansão das ideias do presidente Nayib Bukele pelas Américas está ganhando destaque em um continente marcado por altos índices de criminalidade e instabilidade social. Bukele conseguiu diminuir drasticamente a taxa de homicídios em El Salvador através de sua estratégia de segurança militarizada, conhecida como “mano dura”.

Apesar das críticas internacionais e acusações de violações dos direitos humanos, Bukele está conquistando admiradores na América Latina, com políticos e cidadãos expressando o desejo de ver suas políticas implementadas em seus próprios países.

Nayib conseguiu transformar um país com uma taxa de 106 homicídios por 100 mil pessoas em 2015, para 7,6 nesse ano. Isso significa que El Salvador é o país mais seguro das Américas.

Gráfico com taxa de homicídios
Taxa de homicídios em El Salvador – Fonte: Governo de El Salvador

Expansão das ideias de Bukele na América Latina

Com estes resultados e aumento da expansão de influência, é possível que Bukele também exporte uma de suas políticas mais inovadoras: a adoção do Bitcoin como moeda oficial. Em 2021, El Salvador se tornou o primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda legal, uma decisão audaciosa que gerou muitas discussões e controvérsias.

E sua influência está crescendo rapidamente. As declarações de várias figuras públicas e políticas de outros países mostram a crescente influência das políticas de Bukele na América Latina.

Na Guatemala e em Honduras, países com altos índices de violência, as ações de Bukele foram recebidas com entusiasmo por cidadãos que realizaram manifestações públicas em apoio às políticas de Bukele. A política de segurança de Bukele também chamou a atenção de políticos desses países, que têm procurado maneiras de imitar seu sucesso em diminuir as taxas de criminalidade.

Por exemplo, o ministro da segurança da Costa Rica, Jorge Torres, expressou interesse em seguir os passos de Bukele. Rodolfo Hernández, o candidato presidencial da Colômbia que foi derrotado por uma margem pequena, visitou El Salvador para estudar as políticas de Bukele pessoalmente.

Além disso, o prefeito de Lima e candidato presidencial de direita, Rafael López Aliaga, prometeu implementar um “Plano Bukele” para reprimir o crime urbano. Até mesmo no Chile, que está lidando com seu próprio aumento da criminalidade, houve manifestações pró-Bukele que tiveram destaque nas redes sociais.

Também é importante ressaltar que a influência de Bukele não se restringe a países com orientação política de direita. Xiomara Castro, presidente de Honduras, que fez campanha como uma esquerdista com foco na contenção de abusos pelas forças de segurança, classificou Bukele como um modelo a ser seguido.

Zury Ríos, que se espera que seja a principal candidata nas eleições presidenciais da Guatemala este ano, elogiou as políticas de Bukele nas redes sociais e estabeleceu suas próprias conexões com membros do círculo interno de Bukele.

A popularidade se reflete nas redes sociais. O presidente de El Salvador tem mais seguidores que Lula e Bolsonaro no Tiktok, com 5,7 milhões enquanto o ex-presidente brasileiro conta com 5,5 milhões e o atual 4,3 milhões.

Bukele pode ajudar o Bitcoin a se espalhar na América Latina?

Uma das ferramentas que aumentaram a popularidade nas redes sociais e internamente, foi o Bitcoin.

Bukele acredita que o Bitcoin pode ser um veículo para a prosperidade econômica, permitindo que El Salvador evite a volatilidade dos mercados financeiros globais e permitindo que os cidadãos enviem e recebam dinheiro do exterior sem as altas taxas normalmente associadas a essas transações.

A criptoeconomia tem atraído empresas e startups para o pequeno El Salvador, que aos poucos vai atraindo gigantes do setor para o seu país, como a gigante Bitfinex e Blockstream. Inclusive, o país já conta com dez vezes mais caixas de Bitcoin que o Brasil.

As políticas relacionadas ao bitcoin tem trazido prosperidade e investimentos ao país, que agora conta com o maior PIB per capita de sua história, com um crescimento de 10% do Produto Interno Bruto entre 2021 e 2022, segundo dados do Banco Mundial.

Gráfico do Banco Mundial

À medida que suas políticas de segurança são cada vez mais adotadas em outros países da América Latina, pode haver uma abertura para que as ideias econômicas de Bukele sobre o Bitcoin também sejam consideradas.

Já existe um interesse crescente nas criptomoedas na região. Em países como Argentina e Venezuela, onde a inflação é alta e o acesso a moedas estáveis é limitado, muitos já estão se voltando para as criptomoedas como uma alternativa.

Bukele tem se mostrado disposto a desafiar convenções e buscar soluções não convencionais para problemas complexos. Seu sucesso em exportar sua abordagem de segurança “mano dura” pode sinalizar uma abertura para a adoção de políticas de criptomoeda mais ousadas em toda a América Latina.

Assim como ocorreu com suas políticas de segurança, a exportação da ideia do Bitcoin de Bukele para outros países da América Latina será polêmica e, sem dúvida, enfrentará resistência.

No entanto, como demonstrado pelo crescente “clube de fãs” de Bukele, há um apetite na região por líderes que estão dispostos a pensar fora da caixa e buscar soluções inovadoras para problemas persistentes.

Com crescimento econômico rápido, taxas de criminalidade diminuindo e popularidade de 90%, a ideia de uma expansão do Bitcoin em todo o continente americano, sob a influência de Bukele, não é totalmente descabida.

Em suma, a influência de Bukele está sendo reconhecida e até mesmo almejada por várias figuras políticas influentes em toda a América Latina. Isso sugere que suas políticas, tanto em termos de segurança quanto em termos de adoção do Bitcoin, podem encontrar terreno fértil em outros países da região.

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