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Apenas 1% dos day traders ganham mais que o salário mínimo no Brasil

Day traders

Somente 17 de 1551 day traders ganharam mais do que um salário mínimo por mês durante o período entre 2013 e 2015 no mercado de futuros da bolsa de valores brasileira.

Utilizando dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), economistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) analisaram o resultado financeiro de pessoas físicas e jurídicas que fazem negociações diárias (day trade).

De forma impressionante, 97% das pessoas físicas perderam dinheiro com a atividade. Dos que ganharam, apenas 1% ganhou mais do que o salário mínimo e somente 0,4% faturou mais do que o salário inicial de um bancário. O day trader mais bem sucedido no período ganhou 310 dólares por dia, em média, com uma volatilidade extremamente alta.

No estudo, de autoria dos economistas Fernando Chague, Rodrigo De-Losso e Bruno Giovannetti, o day trade é definido como “a atividade de comprar e vender o mesmo ativo financeiro sobre o mesmo dia na mesma quantidade”. E para os resultados acima mencionados foram levados em consideração os day traders que negociaram por mais de 300 dias.

Ao contrário do que pode parecer, os day traders que negociaram por menos dias tiveram um resultado até melhor, servindo como evidência de que a experiência tem pouca relevância para obter lucro com a atividade.

Outro ponto notável foi a diferença de resultados entre a pessoa física e a pessoa jurídica, que um dos autores da pesquisa publicou no Twitter:

Um dos motivos pode ser explicado pelo aumento da eficiência de algoritmos de trading de alta frequência, conforme nota a introdução do estudo:

“… no mercado atual, os traders de varejo têm que competir com algoritmos profissionais e traders de alta frequência (HFTs) ao tentar negociar diariamente para ganhar a vida.”

Por isso, a conclusão da pesquisa é de que é virtualmente impossível “viver de day trade”, deixando ainda mais claro o resultado similar já obtido por outro estudo da FGV, que publicamos em março de 2019. 

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