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Argentinos recebem salário em criptomoedas para fugir de controle cambial

Argentinos salário em criptomoedas

Alguns trabalhadores argentinos estão recorrendo ao recebimento de parte do salário em criptomoedas para contornar controles cambiais, segundo o jornal O Globo.

O peso argentino está enfrentando uma inflação anual de 50%, o que basicamente significa que a cada ano o cidadão pode perder metade do poder de compra se mantiver suas economias na moeda estatal.

Mas não é somente para se proteger da inflação que os argentinos estão interessados em receber o salário em criptomoeda. Por conta dos controles cambiais aplicados no país, o trabalhador que recebe o salário integralmente através do sistema bancário é prejudicado.

Se a empresa pagar o funcionário com criptomoedas, o trabalhador consegue trocar as moedas digitais por pesos argentinos em exchanges por uma taxa de câmbio paralela não regulamentada. Isso resulta em uma diferença considerável no fim das contas.

De acordo com estimativa d’O Globo, um argentino com salário mensal de US$ 1.000 pode receber até 83% mais pesos argentinos se escolher receber por criptomoedas e converter sua remuneração fora da taxa de câmbio oficial.

Uma legislação local permite que empresas argentinas paguem até 20% do salário em espécie, o que abre margem para que o pagamento seja feito em criptomoeda. Mas Andrés Ondara, da Bitso, disse que algumas empresas burlam esse limite de 20%, essencialmente oferecendo propostas ainda melhores para as pessoas.

“A criptomoeda melhora os salários locais”, disse Matias Dajcz, da Ripio, ao Globo.

Segundo a corretora argentina Buenbit, a quantidade de empresas que remuneram os funcionários em criptomoedas aumentou 340% nos últimos 12 meses.

Como resultado, a Argentina permanece atualmente como o país com a maior parcela de empregados pagos em criptomoeda no mundo, diz a Deel, empresa especializada em folha de pagamento.

Os ativos digitais mais escolhidos pelos argentinos para o recebimento de salário são stablecoins lastreadas em dólar, Bitcoin (BTC) e Ether (ETH).

Recentemente, o governo argentino se comprometeu a desencorajar o uso de criptomoedas no país em um acordo com o Fundo Monetário Internacional para renegociação de dívidas.

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