- Um dos líderes do financiamento coletivo com bitcoin foi arrastado de seu apartamento pela polícia e coagido a entregar sua chave privada da carteira;
- A Justiça decidiu por devolver a quantia de 0,28 BTC ligadas ao protesto dos caminhoneiros.
O Ministério da Justiça de Ontário apreendeu alguns dos bitcoins arrecadados em uma campanha de doação em apoio ao protesto dos caminhoneiros de Ottawa, mas finalmente desistiu do controle das moedas depois de enfrentar a oposição do advogado de um arrecadador de fundos.
De acordo com documentos arquivados no Superior Tribunal de Justiça de Ontário, a apreensão ocorreu em 28 de fevereiro e estava relacionada a uma investigação criminal não especificada. Os documentos e a audiência de quarta-feira (09/03) faziam parte de uma ação civil separada que os moradores locais abriram contra os chamados manifestantes do “comboio da liberdade”.
Nicholas St. Louis, um homem de Ottawa que anteriormente se descreveu como o “líder da equipe bitcoin” para os protestos, disse em documentos judiciais que estava prestes a cumprir uma ordem desse processo civil para congelar o bitcoin, transferindo-o para uma conta de custódia (escrow) antes uma força-tarefa policial conjunta executar um mandado de busca contra ele.
“Os policiais me retiraram à força do meu apartamento e me levaram para um veículo policial sem identificação”, disse St. Louis. “A polícia queria a frase de seed [chave privada da carteira] para minhas criptomoedas. Sob compulsão policial, forneci minha seed.”
As doações para o “comboio da liberdade” totalizaram mais de 22 bitcoins, valendo mais de US$ 1,1 milhão a preços atuais. Os moradores locais revoltados com a greve dos caminhoneiros acabaram processando os manifestantes em uma ação coletiva, na qual eles buscavam o congelamento de qualquer criptomoeda que o grupo tivesse levantado.
St. Louis disse que a polícia tirou 0,28 BTC (no valor de cerca de US$ 15.000) dele e que o restante dos fundos, mantidos em uma variedade de carteiras digitais, estavam fora de seu controle exclusivo.
Em uma discussão de áudio no Twitter Spaces, St. Louis havia dito anteriormente que havia distribuído 14,6 bitcoins para caminhoneiros, antes que qualquer ordem judicial o proibisse de distribuí-los.
Como relatamos anteriormente, a Justiça de Ontário decidiu por devolver os bitcoins para Louis.
O protesto dos caminhoneiros no Canadá se iniciou no final de janeiro, com diversos manifestantes pedindo pelo fim das medidas contra o covid, especialmente o passaporte sanitário.
O Bitcoin entrou em cena em fevereiro, quando uma vaquinha realizada no GoFundMe para manter os protestos foi congelada a pedido da polícia. Na tentativa – em parte, falha – de utilizar um dinheiro resistente à censura e ao confisco, os organizadores do financiamento em bitcoin escolheram priorizar a transparência do movimento em vez do anonimato e segurança.
Entenda mais: