Uma vaquinha online realizada para apoiar um dos maiores protestos recentes contra a obrigatoriedade da vacinação no Canadá foi interrompida pela GoFundMe.
Iniciado em 29 de janeiro de 2022, “O Comboio da Liberdade Canadense”, como está sendo chamado, consiste em mais de 50 mil caminhoneiros pedindo pelo fim de todas as restrições anti-covid, incluindo a necessidade de passaporte vacinal de caminhoneiros para atravessar a fronteira dos EUA.
Similar a greve de caminhoneiros que vimos no Brasil em 2018, os trabalhadores simplesmente pararam e aguardam que suas demandas sejam atendidas. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, chamou as manifestações de nojentas e odiosas, mas disse que ainda não iria enviar militares contra os caminhoneiros.
Críticos do protesto mostraram a poluição sonora que os manifestantes estavam produzindo com buzinas, supostamente o dia inteiro. “Esse é um protesto pacífico?”, perguntou um advogado canadense em sua conta no Twitter.
A resistência dos manifestantes, sufocada por censura financeira
Através da GoFundMe, uma plataforma gringa similar ao Vakinha ou Apoia-se, os caminhoneiros conseguiram acumular $10 milhões de dólares canadenses (~R$41 milhões) em doações, que logo foram congeladas pela empresa sob pressão estatal.
A Polícia de Ottawa agradeceu a conformidade da GoFundMe.
Com os recursos congelados, a greve não consegue durar o suficiente para que os caminhoneiros tenham suas demandas atendidas. É o que acreditam os manifestantes, que logo passaram a cortar os intermediários com Bitcoin.
Em uma campanha chamada de HonkHonkHodl, fazendo referência às buzinas de protesto e ao BTC, apoiadores das causas do Comboio da Liberdade juntaram 8,8 bitcoins em menos de uma semana. O objetivo é levantar 10 BTC para dar força aos caminhoneiros.
“A infraestrutura financeira tradicional às vezes pode ser politizada e reprimida, enquanto o Bitcoin é um método de comunicação de valor verdadeiramente resistente à censura. Não permita que suas vozes sejam silenciadas, e não permita que sua soberania financeira seja pisoteada.”, diz o anúncio do financiamento coletivo.
Um dos apoiadores foi Jesse Powell, co-fundador e CEO da exchange de criptomoedas Kraken, que mandou 1 BTC para a vaquinha.
Outros protestos e até mesmo influenciadores e jornalistas sofreram pressões similares de empresas financeiras, o caso de Julian Assange é emblemático por ter sido um dos primeiros, quando o Bitcoin ainda não era amplamente conhecido.
Casos como este, concordando com as pautas levantadas ou não, mostram um dos casos de uso mais inegáveis do Bitcoin – a possibilidade de transferir valores sem a interferência autoritária de terceiros.
Mas qual a sua opinião sobre como o Comboio da Liberdade recebeu milhões de satoshis após ter sua vaquinha no GoFundMe censurada? Deixe seu comentário abaixo.
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