A BlueBenx é uma plataforma multisserviços no mercado brasileiro de criptomoedas e está sendo investigada após travar saques dos clientes e parar de atender contatos em sua sede em São Paulo.
BlueBenx investigada no mercado de criptomoedas do Brasil
Em meio a tantos escândalos envolvendo empresas de criptomoedas ao redor do mundo, dessa vez o problema pode ter acontecido em nosso quintal.
A empresa em questão é a BlueBenx, uma plataforma multisserviços de criptomoedas com sede no Brasil e registros em Portugal e Estônia. O principal serviço oferecido pela plataforma, fundada em 2018, era a compra e venda de criptomoedas, com interações com o real brasileiro (BRL).
Conforme noticiado pelo Jornal da Band, a empresa conquistou muitos clientes ao oferecer um rendimento garantido de até 6% para os clientes que mantivessem as criptomoedas na carteira custodiada pela BlueBenx, o que, por si só, já levanta diversos sinais de alerta.
O último tweet realizado pela empresa foi no dia 10 de agosto, quando o entrevistado pela Band, Júlio César Cavalcante, tentou realizar o saque de seu dinheiro pela segunda vez, após tentar fazê-lo no dia 05 de agosto, sem sucesso.
Júlio César comentou que após comunicação no dia 10, a BlueBenx chegou a enviar um outro e-mail comunicando seus clientes de que haviam sofrido um ataque hacker e avisando que os saques e depósitos seriam travados por um prazo de 180 dias, até que a situação fosse resolvida. Desde então, nenhum novo esclarecimento foi prestado ao público.
BlueBenx é confiável?
Ao pesquisar sobre a empresa no google, durante a elaboração desta matéria, uma das pesquisas mais realizadas pelos usuários é: “BlueBenx é confiável?”
De acordo com seu website, sim a BlueBenx é confiável.
Mas não é isso que está sendo demonstrado em um momento tão delicado como esse, quando a BlueBenx deixa seus clientes em um vazio de informações, exclui sua conta no instagram e, aparentemente, desativou seu escritório em São Paulo, já que tentativas de visitá-los no endereço registrado têm se mostrado sem sucesso.
A empresa começa, aos poucos, a desaparecer em silêncio, com milhões de reais de seus usuários que foram arbitrariamente congelados na plataforma de criptomoedas.
O whitepaper do token BENX foi retirado do ar.
Ataque hacker e investimento de 2 milhões em segurança
A alegação atual é de que a BlueBenx sofreu um ataque hacker e por isso precisou travar os saques de seus clientes, mas visitando o blog oficial da empresa, no dia 01 de agosto foi anunciado um investimento de R$ 2 milhões em segurança cripto.
O investimento ocorreu ao contratar os serviços de custódia da Fireblocks, uma conhecida empresa que atua no mercado de criptomoedas global e atende importantes clientes através da custódia de capital cripto.
CEO Roberto Cardassi não tem foto no Linkedin
O CEO da BlueBenx, Roberto Cardassi, não possui foto em seu perfil do Linkedin, conectado com mais de 500 pessoas. Não sabemos se a foto foi retirada do ar durante as investigações, ou se o perfil nunca exibiu o rosto do Diretor Executivo da empresa – que já concedeu inúmeras entrevistas e pode ser encontrado em diferentes fontes com uma simples pesquisa no Google.
O Vice Presidente de operações, William B., ainda possui sua conta ativa com foto.
Not your keys, not your coins
Ainda é cedo para sabermos se o que ocorreu com a BlueBenx foi um golpe, também conhecido como “puxada de tapete” (rugpull), ou se a empresa realmente foi vítima de um ataque hacker, que é muito comum no mercado de criptomoedas.
E não cabe a nós julgar, mas sim ao sistema de justiça brasileiro, que já está encarregado do caso.
De qualquer maneira, inocentes ou não, casos como este nos ajudam a lembrar da importância em assumir a custódia sobre suas criptomoedas, revivendo o bordão: “not your keys, not your coins”.
O Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas descentralizadas permitem ao investidor alcançar a soberania absoluta de seus investimentos pela primeira vez na história da humanidade e podemos aproveitar essa funcionalidade incrível para melhorar nossa segurança e diminuir nossa exposição ao risco de deixar nosso dinheiro sobre os cuidados de terceiros.
Mesmo com um investimento de R$ 2 milhões, a BlueBenx pode ter sido vítima de um ataque que prejudicou, não só ela, mas todos os clientes que confiaram em seus serviços. Não existe nenhuma empresa que seja “grande demais” para falir, ser roubada, ou roubar.
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