No dia 30/09 aconteceu o último dia do X Congresso Brasil-Alemanha (AHK) de Inovação e Sustentabilidade, onde foram discutidos diversos assuntos, entre eles a tokenização e o uso de NFTs no ambiente corporativo.
A abertura do evento começou com as palavras do vice-presidente executivo da AHK em São Paulo, Thomas Timm, que ressaltou o apoio que a instituição oferece às demandas das empresas associadas em temas como indústria 4.0, mercado de carbono, inovação aberta, smart cities e conexão com startups.
No que se refere à transição para as economias verde e digital, nosso interesse aqui no Greentimes, o congresso contou com a participação do gerente sênior de Produtos e Ativos Digitais do Banco Itaú (Vito Castanha), e o sócio e Chief Gaming Officer da Druid Creative (Bernardo Silveira Mendes).
Segundo Castanha, o mercado criou processos, regulação, tecnologias e entidades pensadas para um momento específico, onde havia muita limitação quanto a questões de confiança e integridade das informações. No entanto, tecnologias como o blockchain e as criptomoedas romperam com esse padrão pois alcançaram praticamente o estado da arte sobre essas “dores”.
O back-office das instituições financeiras é um exemplo desses entraves citados logo acima, pois a empresa A precisa ligar e/ou enviar e-mails para a empresa B tentando checar se as informações de seus data centers são idênticas.
O blockchain impacta diretamente nessa “dor” (cenário), pois trabalha com bancos de dados distribuídos e íntegros, onde todos os participantes de um negócio têm a mesma visão dos dados. Isso elimina a etapa do “feito e conferido”, ainda muito praticado no mercado.
Tokenização da economia
A tokenização é um tema que promete ter um grande impacto nos próximos anos, pois ela cria ativos digitais que serão comercializados nessa rede descentralizada de negócios, baseados na tecnologia blockchain.
Ocorre uma simplificação do processamento de um determinado ativo, e isso abre espaço para repensar não só os aspectos regulatórios, mas também quais flexibilizações podem ser interessantes para fomentar esse mercado específico.
Dentre as várias curiosidades sobre a tokenização, Castanha salientou que sua aplicação pode ser estendida para outras áreas do conhecimento, e se cogita a possibilidade de tokenizar obras de arte, propriedade intelectual, logística, agro, experiência, entre outros.
Mas afinal, o que são tokens?
Segundo Mendes, os tokens são ativos digitais dentro de uma blockchain, e cada um deles engloba 3 aspectos distintos:
- Tokens de pagamento: representam as criptomoedas como o bitcoin e o ether;
- Token utilitário: trata-se de um token utilitário, com um valor intrínseco. Ao obter esse tipo de token, pode-se conseguir o acesso a um camarote, por exemplo;
- NFTs: são os tokens não fungíveis e únicos (não reprodutíveis), pois só existe aquele arquivo. Serve de comprovante digital da propriedade de um produto que fica acessível na web3.
NFTs
No que se refere aos NFTs, Castanha salientou que grandes eventos poderiam hipoteticamente vender ingressos usando blockchain, e caso o proprietário do ticket não possa comparecer por alguma razão, a sua venda seria facilitada apenas transferindo a titularidade para terceiros.
Além disso, Mendes enxerga que os usos mais comuns do NFT estão ocorrendo no supply chain, que consegue associar um produto a um certificado original, único e exclusivo.
Mas, o exemplo mais impressionante veio da Rook Perfumes, que criou o perfume do metaverso. A empresa quis criar uma nova essência em parceria com a sua comunidade, e fez isso de forma bastante inovadora.
De maneira resumida, os interessados nesse projeto compraram o acesso via NFT a uma comunidade no Discord, e através dessa plataforma puderam trabalhar em conjunto com os perfumistas da marca, receber o produto em primeiro lugar (bônus) e comprovar a sua própria cooperação.
Foto: Divulgação
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