A Apple lançou um simples pano de polimento branco custando R$ 219 (US$ 19 para os norte-americanos) em 18 de outubro do ano passado e esgotou o estoque no mesmo dia. Leia o artigo até o final para entender sobre como lucrar com isso.
O produto, muito similar a um pano comum, foi considerado um “sucesso absoluto de vendas“, mesmo com o preço custando 3 ou 4 vezes mais que a média de mercado. Apenas em janeiro deste ano os consumidores puderam comprar o “iPano” (Apple Cloth) novamente.
Lucrar com produtos que não sejam celulares e computadores não é uma novidade para a empresa que Steve Jobs fundou, a Apple também vende garrafinha d’água por 70 dólares e rodinhas de aço inoxidável e borracha por US$ 700.
Para alguns, isso pode lembrar o marketing da Balenciaga, que virou meme recentemente com os tênis aparentemente velhos e sujos por R$ 10.000. Mas, a estratégia não é tão absurda quanto parece.
Nem mesmo os tênis da Balenciaga não são tão acabados quanto parecem, a jogada de marketing com a aparência exageradamente suja e destruída foi apenas para gerar repercussão (missão cumprida!) e dizer que eles “duram uma vida inteira”, ou seja, são de qualidade. Além disso, os tênis fazem parte de uma coleção limitada de apenas 100 pares.
Os paralelos com a Apple são bem claros: os produtos são focados em durabilidade e qualidade e não deixam de focar no gatilho da escassez para conquistar os clientes. O pano de polimento da Apple é feito de microfibra sintética e “faz um ótimo trabalho de limpeza de suas telas sem nenhum esforço”, segundo avaliações de fãs.
Mas, de acordo com especialistas consultados pela Business Insider, o produto se tornou um sucesso justamente porque ele custa tão caro. A ideia é fazer com que os consumidores se sintam “chiques”, e isso tem tudo a ver com o poderoso branding da Apple.
Possivelmente por causa da sua fama em relação ao pioneirismo tecnológico, genialidade de marketing e outros fatores, a Apple possui mais do que consumidores, ela tem fãs. A empresa entrega seus produtos com adesivos da marca e eles são utilizados das mais diversas formas. Quem nunca viu um carro com a marca da Apple na traseira em um engarrafamento no trânsito?
O branding também pode ser muito bem exemplificado quando as pessoas chamam hastes flexíveis de Cotonete, um nome dado pela Johnson & Johnson em 1920, ou quando imaginam o Papai Noel sempre vestido de vermelho, graças às propagandas da Coca-Cola, que iniciaram em 1931.
Construir uma força absurda para uma marca e conseguir lucrar milhões com isso não é uma tarefa fácil, mas qualquer um pode se beneficiar com isso se aprender a investir. Comprar ações de empresas lucrativas é basicamente se tornar um sócio minoritário e passar a ganhar dinheiro com os movimentos geniais dessas gigantes do mercado.
Não é só o CEO Tim Cook que se dá bem quando a Apple é bem sucedida em vender panos de microfibra por R$ 219, mas seus investidores também. A Apple (AAPL) inclusive é de longe a maior posição de Warren Buffett, compondo quase metade dos investimentos da sua holding Berkshire Hathaway.
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