De acordo com Joey Krug, co-diretor de investimentos (CIO) da empresa de investimentos em ativos digitais – Pantera Capital, afirma que dominância do Ethereum (ETH) vai crescer nos próximos 10 anos e estará presente em mais da metade de todas as transações financeiras do mundo.
Ainda segundo Krug, a dominância do Ethereum provavelmente não será ameaçada por outras plataformas de contratos inteligentes.
Joey Krug e Pantera Capital
Pantera Capital é um fundo de hedge americano especializado em criptomoedas. A empresa foi fundada em 2003 por Dan Morehead.
Em 2013, lançou o primeiro fundo de investimento com foco em Bitcoin – quando 1 BTC custava apenas US $65 – nos Estados Unidos e em maio de 2020, Pantera tinha US $500 milhões em ativos sob gestão.
Joey ingressou na Pantera Capital em 2017 para gerenciar os fundos como co-CIO.
Antes do Pantera, ele co-fundou a Forecast Foundation, um grupo que contribui para o Augur, uma plataforma de mercado de previsão descentralizada e oracles.
Em 2013, Joey também construiu um sistema de ponto de venda que permite pagamentos em Bitcoin com som (e fez o primeiro pagamento em Bitcoin por som) e Bluetooth.
Dominância do Ethereum depende do proof-of-stake
Em uma nova entrevista, Krug disse que, enquanto o ETH puder fazer a transição com sucesso para a prova de participação (proof-of-stake), outras plataformas de contratos inteligentes provavelmente terão que utilizar o Ethereum como base no futuro.
Uma atualização do Ethereum, conhecida coloquialmente como “The Merge”, visa substituir o atual mecanismo de consenso de prova de trabalho (proof-of-work) da rede por um modelo de prova de participação mais ecológico, seguro e eficiente.
A fusão está programada para ocorrer no primeiro ou segundo trimestre de 2022.
A dominância deverá crescer com o tempo
O Co-Diretor de Investimentos é enfático ao afirmar sobre esta dominância:
“Se você avançar o relógio de 10 a 20 anos, uma porcentagem muito considerável, talvez até mais de 50%, das transações financeiras do mundo, de alguma forma, tocará o Ethereum.”
E essa tendência já pode ser observada em blockchains que poderiam ser entendidas como concorrentes do Ethereum, mas que de alguma forma se comunicam ou fazem algum tipo de ponte com o líder de contratos inteligentes.
Para citar alguns exemplos de competidores que reconhecem a necessidade de fazer parte do ecossistema do ETH estão Avalanche (AVAX) e Polygon (MATIC).
Sendo que Avalanche é uma blockchain única de primeira camada, mas já possui a EVM (Ethereum Virtual Machine) totalmente operacional em sua plataforma, conseguindo trabalhar com tokens ERC-20 e ERC-721 (NFTs) e realizar transações cruzadas com a blockchain do Ethereum.
Já a Polygon se apresenta como uma solução de segunda camada para solucionar problemas de escalabilidade dentro da Ethereum.
Krug também observa que os concorrentes da ETH podem ter suas próprias desvantagens, principalmente relacionadas com segurança.
“Há muitas trocas que outras chains estão fazendo que o Ethereum não está fazendo no lado da descentralização que são muito importantes. Não sei se eles são mais adequados para serem a nova camada de liquidação financeira global.”
O Ethereum está sendo negociado a US $3.021,42 no momento da escrita, e possui uma dominância de 18,12% sobre todo o mercado, segundo o Coingolive, e uma dominância líquida de 19,22% sobre as moedas dentro do top 100. O que destaca sua relevância em liquidez e volume negociado.
Enquanto isso, David Grider, chefe de pesquisa da Grayscale Investments, disse à Bloomberg que acredita que várias plataformas de contratos inteligentes podem ter sucesso no espaço de forma simultânea.
“Não acho que seja esse tipo de mercado em que o vencedor leva tudo.”
“O Ethereum tem esse efeito de liderança de rede. Tem essa grande comunidade, mas surgiram outras que preenchem diferentes lacunas do mercado.”, termina.
Na relação de interoperabilidade estão projetos notáveis como Polkadot (DOT) e Chainlink (LINK), também chamados de projetos de camada zero (layer 0), pois atuam de maneira mais ampla, conectando blockchains de primeira camada.
Fato este que também não refuta a afirmação de Krug, de que, inevitavelmente, mais de 50% das transações estarão ligadas à Ethereum de alguma forma.