Eshaq Jahangiri, vice-presidente do Irã, anunciou nesta segunda-feira que todos os mineradores de criptomoedas (como o bitcoin) no país terão que se registrar de acordo com as regras governamentais.
A mineração de bitcoin no Irã virou um tema quente nos últimos dias. O país, que é responsável por 3% do hash rate do bitcoin, vive um dilema para conciliar uma política de controle sob seus cidadãos e, ao mesmo tempo, quer usar a criptomoeda para contornar sanções internacionais que estão destruindo sua economia.
Há 6 meses o Banco Central do Irã foi queimado e o país teve que cortar 4 zeros da sua moeda devido a uma inflação sem precedentes. Por esses motivos, os iranianos estavam comprando bitcoin mais caro que o resto do mercado.
Como resultado, o governo iraniano dará um prazo de 30 dias para os mineradores de bitcoin se registrarem revelando identidade, tamanho da fazenda de mineração e o tipo de equipamento usado para minerar.
A medida foi criada, segundo o governo, para dar mais claridade jurídica para os mineradores. Como mostramos anteriormente na matéria “6 maneiras incomuns de minerar Bitcoin”, os iranianos estavam se aproveitando da energia barata subsidia pelo governo em mesquitas para instalar mineradoras.
A diretiva não especifica punições para quem não se registrar, entretanto, o governo já prendeu mineradores no passado e poderá eventualmente fazer isso novamente.
Medida pode não surtir efeito
A princípio, os endereços de criptomoeda são pseudoanônimos, e supostamente não se sabe quem minerou cada bloco, mas é prática comum grandes mineradores se identificarem por uma mensagem em cada novo bloco.
No entanto, se algum minerador escolher não se identificar e mascarar seu IP com Tor, será uma tarefa difícil para o governo fiscalizar a atividade, principalmente se usarem criptomoedas focadas em privacidade.
O que você acha da medida do governo iraniano? Ela surtirá efeito ou é inútil contra o Bitcoin e outras criptomoedas?