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Mineradora de Bitcoin pode dar calote de meio bilhão de reais

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A mineradora de Bitcoin, Iris Energy, está enfrentando a inadimplência de uma dívida de US $103 milhões, seria ela a próxima mineradora a declarar falência?

Entre fatores macroeconômicos, o aumento da inflação, o colapso da Terra no começo do ano, o alto custo de energia elétrica e as preocupações ambientais, que derivam do consumo exacerbado (e caro) de eletricidade para mineração, o “inverno cripto” tem deixado várias vítimas por seu caminho enquanto se estende pelo ano de 2022. 

Como se os fatores citados acima não fossem o bastante, a mudança da rede Ethereum para Proof-of-Stake, que abandonou de vez a mineração, acabou agravando a condição negativa que paira sobre as mineradoras. 

O “The Merge,” como é conhecida a mudança, espalhou o sentimento de que o forte impacto ambiental do mercado cripto pode ser visto como algo ultrapassado. Dados do CoinMarketCap mostram que, entre as dez maiores blockchains do mundo em valor de mercado, apenas Bitcoin e Dogecoin ainda utilizam a mineração.

O preço do bitcoin caiu 68% em relação aos máximos de 12 meses atrás, quando estava um pouco acima de US $64.000. No momento da redação, a principal criptomoeda por capitalização de mercado estava sendo negociada a US $16.492.

O fim de mais uma mineradora de Bitcoin?

Em um documento recente para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), a  Iris Energy, empresa sediada na Austrália, disse que embora possa gerar US $2 milhões em lucro bruto mensal pela mineração de bitcoin, o pagamento mensal do principal e juros sobre sua dívida é de US $7 milhões, representando um déficit mensal de US $5 milhões.

Seguindo a divulgação do documento, as ações da Iris Energy negociadas na Nasdaq caíram cerca de 15%, levando a queda anual para 80%.

Os mineradores se encontram em um mercado muito diferente em comparação com o ano passado, quando muitos em todo o setor fizeram empréstimos com juros altos para financiar uma rápida expansão.

Os empréstimos eram normalmente financiados contra máquinas de mineração de bitcoin, como é o caso da Iris Energy. Mas agora que os preços das criptomoedas estão baixos e a dificuldade da mineração do bitcoin está alta, várias operações se encontram com incontroláveis obrigações de dívida.

Em setembro, a Compute North, empresa de hospedagem de ASICs para estrutura de mineração sustentável de bitcoin, decretou falência. A queda no mercado ocorreu tão rápido que, ainda em fevereiro deste ano, a Compute North havia anunciado uma rodada de investimentos de US $385 milhões.

A Core Scientific, que já foi uma das maiores operações de mineração de bitcoin do mundo, revelou no mês passado que estava considerando reestruturar seu capital ou buscar alívio através da falência, derrubando o preço de suas ações em mais de 80%.

Há pouco menos de 15 dias, a Argo Blockchain, outra grande mineradora, também sentiu o aperto depois que um investidor anônimo retirou uma injeção de capital de US $27 milhões. A empresa pode enfrentar o fechamento se não conseguir encontrar novos financiamentos.

A preocupação é de que a Iris Energy possa sofrer o mesmo destino. Mas Bom Shin, vice-presidente de finanças corporativas da mineradora, disse que a dívida da empresa está estruturada dentro de uma série de veículos de propósito especial (SPV, na sigla em inglês).

Os SPVs da Iris Energy mantêm um valor de mercado de aproximadamente US $65 milhões a US $70 milhões, cerca de 35% a menos do que seus principais empréstimos em aberto no final de setembro.

De acordo com Shin, a dívida é “muito contida” e não deve levar imediatamente à falência. Ele disse que enquanto um “mercado antieconômico” não estava gerando fluxo de caixa suficiente, a Iris estava engajada em discussões contínuas com seu financiador para sustentar a situação. 

Caso um acordo com seu credor financeiro fosse interrompido, a Iris disse em sua atualização que nenhum de seus SPVs seria capaz de fazer pagamentos do principal sobre sua dívida antes da próxima segunda-feira.

A empresa alega estar mantendo discussões com seu fornecedor de equipamentos de mineração, Bitmain, em uma tentativa de desbloquear os pagamentos antecipados – a liquidação parcial ou total da dívida antes de uma data oficial de vencimento.

Iris Energy ainda pretende expandir e diversificar a receita

Com sede em Sydney, Austrália, a empresa também tem três operações no Canadá, incluindo uma operação de um centro de dados na Colúmbia Britânica. Todas as operações são inteiramente alimentadas por hidroeletricidade a um preço fixo de quatro centavos por quilowatt-hora, proporcionando uma visibilidade de 12 meses de custos fixos.

A Iris planeja estabelecer serviços de hospedagem que permitam aos clientes explorar a indústria cripto por uma taxa sem a necessidade de construir ou investir na própria infraestrutura, o que a empresa considera uma oportunidade significativa de crescimento.

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