O Federal Reserve Bank de Boston (FED) e o Massachusetts Institute of Technology (MIT) divulgaram pesquisas sobre uma moeda digital do banco central (CBDC) que pode abrir caminho para um dólar digital.
As pesquisas técnicas poderiam ser a base para a digitalização do dólar, mas não há planos definitivos para desenvolver um CBDC mencionado no artigo, pois qualquer decisão deve passar pelo Congresso primeiro.
Ontem (3), o vice-presidente executivo do Fed de Boston, Jim Cunha, disse:
“Não houve decisão de ultrapassar esta fase de pesquisa, mas se um CBDC fosse lançado, seria algo que teria que evoluir ao longo do tempo”.
A privacidade da CBDC vai depender dos políticos
O Fed de Boston pediu a pesquisadores do MIT em 2020 que iniciassem um projeto destinado a construir e testar “com ousadia [e] engenhosidade” os sistemas necessários para a criação de um dólar digital.
Com uma equipe dedicada ao desenvolvimento de software de código aberto e pesquisa de criptomoedas, a Digital Currency Initiative do MIT (DCI), esteve investigando as etapas necessárias para emitir um CBDC com segurança e responsabilidade desde 2016.
O projeto, pode ser simplesmente uma “política do menor esforço”, já que os BCs do mundo todo estão sendo pressionados a mostrar ao Congresso e a população que são capazes de acompanhar o ritmo do século 21.
Só que, as autoridades americanas parecem acreditar que, caso seu modelo seja copiado, isso daria aos Estados Unidos mais influência sobre a fixação de padrões mundiais.
Leia Mais: Com a CBDC, EUA pode nunca mais parar de imprimir dinheiro.
Mesmo que os EUA parem de imprimir dinheiro com uma nova CBDC. De acordo com os pesquisadores, as moedas digitais do banco central (CBDC) podem criar novos problemas de liquidez.
Insistindo na ideia de dólar digital, a equipe estava ciente de que a privacidade do consumidor provavelmente seria uma consideração essencial no design de uma moeda digital dos EUA em funcionamento, e eles projetaram sistemas relativamente simplificados com esse problema em mente.
O Boston Fed até empregou desenvolvedores conhecidos do Bitcoin Core para construir sua prova de conceito CBDC.
Cory Fields é um desenvolvedor do Bitcoin Core. Ele trabalha ao lado de Gavin Andresen, Wladimir van der Laan e Neha Narula na Iniciativa de Moeda Digital do MIT.
“Criamos arquiteturas em que o banco central não precisava necessariamente ver ou armazenar [muita] informação do usuário”, diz Neha Narula, diretora da Iniciativa de Moeda Digital do MIT e pesquisadora do MIT Media Lab, observando que, em última análise, as práticas de privacidade da CBDC seriam informadas por escolhas de políticas.
Nada de novo no dólar
O desenvolvimento do CBDC levará vários anos sob um programa apelidado de “Projeto Hamilton”. A primeira fase se concentrará no desenvolvimento de software que seja “flexível e resiliente”, acrescentou o relatório.
O código experimental é capaz de realizar 1,7 milhão de transações por segundo, e a maioria delas é liquidada em menos de 2 segundos, segundo a equipe de pesquisa.
Os pesquisadores disseram que recursos como intermediários ou taxas podem ser adicionados depois que os formuladores de políticas decidirem sobre o melhor caminho a seguir para a moeda digital.
O Fed e o MIT irão analisar segurança, privacidade e programabilidade na próxima fase da pesquisa. Por isso o caminho ainda é longo, já que os formuladores de políticas dos EUA são conhecidos por arrastar os pés quando se trata de tecnologias financeiras digitais.
De acordo com um relatório do Bank of America divulgado no mês passado, os EUA lançarão uma CBDC até 2030. O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o país deve acertar em vez de tentar ser o primeiro.
Os pesquisadores do Projeto Hamilton lançaram seu software sob uma licença de código aberto, acrescentando que desejam receber feedback de outros especialistas. E o conselho do Fed está coletando comentários sobre o assunto por meio de um formulário online.
Leia Mais: