As inúmeras crises ao redor do mundo continuam pintando um cenário pouco otimista para o mercado cripto.
Muito do que está ocorrendo nos últimos anos, sobretudo alguns eventos mais recentes em 2022, explica não apenas o bear market que o mercado cripto vive atualmente, mas também os rumos que ele pode tomar nos próximos meses.
Quem acompanha a macroeconomia global e o mercado de criptomoedas já está mais do que cientes da correlação entre os dois. Muitas pessoas ingressam no setor dos ativos digitais sob a impressão de eles já atingiram um nível de independência das formas mais tradicionais de investimento econômico e que recursos como o bitcoin, que está em posição privilegiada no universo cripto, se comportam de forma distinta frente, por exemplo, a acontecimentos mundiais importantes.
Sabemos que não é bem assim, e que as criptomoedas ainda são vistas como um investimento de risco pertencentes a um mercado muito novo e em evolução. É perfeitamente possível que futuramente o bitcoin consiga chegar ao patamar de se tornar uma reserva de valor, mas hoje tanto ele quanto todos os ativos digitais se comportam como investimentos com forte volatilidade, que seguem as tendências dos principais mercados.
Situação econômica global: crises e possíveis colapsos
A alarmante crise imobiliária na China segue crescendo, aprofundando a desaceleração econômica do país ainda em meio a restrições e medidas de saúde impostas devido à pandemia do coronavirus, além de uma forte onda de calor que está afetando diversos setores da economia chinesa e, claro, do conflito envolvendo Taiwan.
A Europa, que já vive um ano bem difícil principalmente desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, pode ver muitos de seus países passarem por um colapso perigosíssimo com a vinda do rigoroso inverno no continente, já que Vladimir Putin, em retaliação às sanções impostas ao seu país pelo Ocidente, anunciou o corte do envio de gás às nações europeias até que essas restrições sejam retiradas.
Por fim, a inflação mantém um papel crucial no que acontece micro e macroeconomicamente. A própria Europa está batendo recordes inflacionários e enfrenta a possibilidade de mais um aumento na taxa de juros, e o euro vem perdendo força frente ao dólar, atingindo o menor valor em mais de duas décadas.
Fim do bear market: quais as perspectivas?
Atualmente, o principal fator de influência, a curto prazo, na duração do bear market é a reunião do Federal Reserve Bank, o Banco Central dos Estados Unidos, em 21 de setembro, na qual será decidido o aumento na taxa de juros do país para tentar conter a inflação. A situação é semelhante no Banco Central Europeu, que também realizará um novo encontro este mês para discutir medidas contra a inflação.
Sabemos que a macroeconomia impacta todo tipo de ativo de risco, incluindo o mercado de criptomoedas. Se os juros crescem demais e a crise financeira se acentua, os investidores levam seu dinheiro para opções com maior segurança, como os títulos do Tesouro norte-americano, o que naturalmente tem como consequência o enfraquecimento de mercados de investimentos mais voláteis.
Portanto, dependendo do tamanho do crescimento na taxa de juros após essa reunião do Fed, as criptomoedas poderão reagir de maneira melhor ou pior. Infelizmente, nem um resultado positivo muda significativamente o cenário global caótico que vivemos, com múltiplos conflitos constantemente trazendo instabilidade e estresse ao mercado cripto.
Mesmo em um contexto onde não tenhamos mais nenhum evento agravante ao macro, o bear market deverá se estender para além de 2022, talvez até meados do ano que vem, mas sempre respeitando os ciclos do bitcoin e do criptomercado. Os principais indicadores econômicos ao redor do mundo, como o S&P 500 e o DXY, reforçam essa tendência negativa.
Para estar sempre a par de tudo que acontece nesse bear market, vem para o Discord da Foxbit para conversar com a nossa comunidade de traders e especialistas que estão sempre ligados nos acontecimentos do mercado!