O Cazaquistão confiscou cerca de R$1 bilhão em máquinas de minerar bitcoin, depois de meses em que o governo Cazaque vem travando uma guerra contra os mineradores, devido à competição no uso de recursos energéticos.
Infraestrutura energética ultrapassada e êxodo de mineradores
A infraestrutura energética do Cazaquistão é ultrapassada, datando da era soviética e sua capacidade já é naturalmente limitada para suprir as necessidades do povo Cazaque, o que foi agravado com um êxodo de mineradores de BTC vindos da China, após a proibição.
Na época, o governo do país vizinho foi bem receptivo com a entrada das máquinas de minerar bitcoin e a região passou a ser responsável por cerca de 18% de toda a hashrate gerada na rede.

Segundo o site Rest of World, as usinas de energia também podem reservar capacidades de geração para suas próprias necessidades a preços reduzidos – que podem ir para empresas em acordos privados favoráveis e reduzir a quantidade disponível para distribuição.
Toda essa infraestrutura pareceu atrativa para a atividade da mineração, mas com o tempo os problemas foram sendo revelados e agravados com questões macroambientais.
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Mineradores de Bitcoin sob ataque
Sofrendo pressão econômica e popular, o Cazaquistão passou a realizar ataques direcionados contra as fazendas de mineradores através de cortes de energia, regulamentações mais duras, controle e fiscalização das empresas envolvidas com o negócio.
A execução da atividade foi sendo dificultada e muitas fazendas chegaram até mesmo a abandonar máquinas de minerar bitcoin, devido ao alto custo de transporte e inviabilidade de seguir minerando.
Durante os ataques, muitas empresas começaram a fornecer sobra energética para os mineradores de bitcoin de forma ilegal.
Cazaquistão fecha mais de 100 fazendas e apreende máquinas de minerar bitcoin
No evento mais recente, o Cazaquistão agiu de forma mais direta contra fazendas de mineração, registrando o fechamento de 106 empresas especializadas na atividade.
Das 106, 55 foram fechadas de forma “voluntária” por seus donos – segundo fontes oficiais – e 51 de forma compulsória.
De acordo com o anúncio do governo, foram apreendidas 67.000 máquinas de minerar bitcoin avaliadas em cerca de 100 bilhões de tenges (aproximadamente 1 bilhão de reais).
Até o momento, a rede não sofreu nenhum impacto em atraso nas transações ou geração de hashrate. Algum efeito negativo é esperado nos próximos dias.
Além disso, a indústria de mineração sofreu uma grande perda de capital e isso poderia impactar o preço de alguma forma, já que estes empresários deverão precisar levantar capital líquido seja para comprar novas máquinas de minerar BTC; seja para lidarem com os processos jurídicos decorrentes do fechamento; ou para capitalização pessoal.
A ameaça regulatória e limitação geográfica também impactam na descentralização da rede, trazendo mais centralização dentro deste subsistema e limitando o número de regiões onde é possível minerar bitcoin.
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