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A guerra das exchanges de bitcoin no Brasil

Guerra das exchanges de bitcoin no Brasil

As corretoras de bitcoin e criptoativos estão cada vez mais valiosas, de meras coadjuvantes no mercado financeiro elas se tornaram gigantes em popularidade e algumas já valem mais que o Itaú – maior banco da América Latina. 

Mas nem sempre foi assim, as corretoras de criptoativos começaram pequenas e contam com uma história peculiar no Brasil, onde disputam ferrenhamente o coração de cada investidor. Buscamos as origens do Bitcoin no Brasil para entender a evolução dessas fintechs e qual será o futuro delas daqui para frente. 

Breve história das corretoras de bitcoin no Brasil 

Um dos primeiros sites a comparar exchanges ao redor do mundo foi o Exchange War, criado pelo pioneiro Daniel Fraga, que apresentou o Bitcoin para milhares de brasileiros através do seu canal no Youtube. Ainda em 2014, ele mostrava que a competição no Brasil era limitada à Mercado Bitcoin, Bleutrade, Bitcointoyou, useCryptos e Basebit.

Com exceção do Mercado Bitcoin, todas as outras se encontravam com um dos menores níveis em volume do mundo. Veja abaixo a tabela de 28 de abril de 2014.

Hoje, o Mercado Bitcoin atinge um volume 11 vezes maior em BTC, e se levarmos em consideração a subida do Bitcoin de 2014 para 2021, é um valor absurdamente maior. A Bitcointoyou, também uma das mais tradicionais do país, agora expande as negociações para dezenas de altcoins e inclusive criou uma própria.

A exchange global Bleutrade, criada por brasileiros, hoje se encontra em Portugal, mas conta com integração com diversas corretoras nacionais através da tecnologia da Bleu, permitindo transferências instantâneas e gratuitas entre elas.

Avançando para 2015, a Foxbit era a líder no mercado de Bitcoin no Brasil, que já contava com uma competição mais forte entre Mercado Bitcoin, FlowBTC, Bitcointoyou, Bleutrade, NegocieCoins, BitInvest e Basebit.

Em 2016, a BitInvest foi comprada pela Foxbit, que manteve sua liderança em volume até meados de 2017. Já a NegocieCoins sumiu do mapa, deixando milhares de vítimas lesadas. Por isso é tão necessário separar o joio do trigo em relação às empresas de bitcoin.

Uma premiação promovida pelo Cointimes em fevereiro de 2021 apontou que a BitcoinTrade, fundada em 2017, e a Foxbit são vistas como as corretoras mais transparentes do mercado. Vale destacar que a Foxbit é a única a publicar seus resultados de lucro no Brasil, um ótimo indicador de honestidade e ética. 

O crescimento do setor é notório e a competição continua crescendo, com a argentina Ripio adquirindo a BitcoinTrade e o Mercado Bitcoin investindo R$ 200 milhões para expandir para novos países.

Experiência de usuário

Não apenas o volume, transparência e tecnologia evoluíram, a experiência de usuário (UX) também melhorou incrivelmente para os usuários de bitcoin no Brasil. 

Usando o Wayback Machine, vemos abaixo a interface gráfica do Mercado Bitcoin em 18 de janeiro de 2012 e o mesmo site em 2020:

A evolução é notória e ela ocorreu com  a profissionalização do criptomercado. Atualmente, segundo votação do Cointimes Cripto Awards 2021, a exchange com melhor UX é a Coinext. Outros serviços de compras diretas e indiretas de criptoativos também ganharam destaque com o Alter tendo a melhor UX do setor e a Vitreo em terceiro lugar. 

Outra categoria em destaque é o atendimento ao cliente. Ao observar a estrutura organizacional das principais corretoras de bitcoin do Brasil vemos equipes de atendimento profissionais, bem estruturadas e com nomes gabaritados.

Mesmo assim, as exchanges de bitcoin enfrentam um sério problema de variação na demanda no atendimento ao cliente. Isso se deve à volatilidade exuberante dos criptoativos, que trazem enormes quantidades de pessoas em momentos de alta, enquanto quando o mercado está em queda o volume de atendimento diminui. 

Apesar disso, algumas exchanges conseguiram o selo RA1000 de atendimento no ReclameAqui, como a Foxbit. A votação popular no Cointimes Awards mostrou que a Binance, Alter e BitPreço são respectivamente as empresas que melhor atendem seus clientes. 

A invasão chinesa

Falando da Binance, as corretoras de bitcoin chinesas invadiram o mercado e já estão dominando as plataformas tupiniquins. Em conjunto, elas dominam 25,83% do mercado brasileiro com grande expansão entre 2019 e 2020. 

volume das exchanges de bitcoin no Brasil

Taxas baixas, bom atendimento, plataformas funcionais e abundância de cripto-ativos e promoções agradaram o público brasileiro. A Binance foi eleita como a melhor exchange do Brasil, acompanhada da Coinext e Mercado Bitcoin. 

O futuro das corretoras no Brasil

As corretoras nacionais estão correndo atrás para adicionar mais tokens e oportunidades de investimentos. 

BitcoinToYou, Mercado Bitcoin e Alter já anunciaram publicamente intenções de ingressarem no setor bancário, abrindo um novo leque de investimentos para seus clientes e diversificando as receitas em momentos de bear market para os criptoativos. 

Além de resolver os problemas financeiros, a ‘bancarização’ das corretoras dá mais resiliência ao ecossistema do Bitcoin, visto que os bancos tradicionais fecham indiscriminadamente as contas das exchanges. 

Nos Estados Unidos esse movimento avança rapidamente, com a corretora Kraken obtendo licença para atuar como o primeiro cripto-banco do país e em janeiro de 2021 a OCC concendeu a primeira licença bancária federal para o fundo de ativos digitais Anchorage. 

Unindo poder da descentralização com as novas tecnologias baseadas em blockchain, as corretoras de bitcoin têm a chance de remodelar o sistema financeiro nacional e incluir milhões de brasileiros no setor bancário.

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