O relatório Focus foi divulgado após quatro semanas de hiato por conta da greve dos servidores e as projeções do mercado para a meta da inflação são alarmantes.
Alcançar a meta e depois dobrar a meta
Se o título da matéria pareceu confuso, fique tranquilo, você não é o único a pensar isso.
A questão é que foi mais ou menos o que aconteceu mesmo e não só o título da matéria é confuso, mas todo esse processo de definição de meta, projeção de índices, e as políticas monetárias do Banco Central acabam sendo uma confusão “danada”.
Em 2021, o alvo central da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central – medida através do IPCA – era de 3,75%.
De acordo com o relatório Focus, emitido pelo BC nesta terça-feira (26/04), a projeção do mercado para o final de 2022 está em 7,65% – pouco acima do dobro da meta de 2021.
O IPCA acumulado nos últimos 12 meses de março-março, está em 11,3%.

Infelizmente a última informação do IPCA que temos é de março e sabemos que abril teve um forte aumento inflacionário. Já o IGP-M, outro importante índice de aumento de preços do país e com dados mais atualizados, nos mostra que a inflação acumulada dos últimos 12 meses de abril-abril é de 14,77% – pouco menos do dobro da meta do mercado.
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Relatório Focus 26 de abril de 2022
Veja mais informações sobre as projeções e a meta da inflação para este ano.

Vale lembrar que já há 3 semanas o Banco Central vem falhando em entregar o relatório Focus ao mercado, devido à greve dos servidores que ameaçaram paralisar o Pix no final de março.
Apesar da não publicação do relatório, ele foi realizado e vemos mais uma grande confusão sobre as expectativas do mercado que mudaram drasticamente no decorrer de um mês, a cada nova semana de análise e notícias macro-econômicas.
Projeções para o IPCA:
Relatório de 1º de abril:
2022: projeção passou de 6,86% para 6,97%
Relatório de 8 de abril:
2022: projeção passou de 6,97% para 7,43%
Relatório de 15 de abril:
2022: projeção passou de 7,43% para 7,46%
Relatório de 22 de abril:
2022: projeção passou de 7,46% para 7,65%
Aumentando a projeção em quase 1 ponto percentual desde primeiro de abril até o atual.
Impacto nos mercados
Infelizmente nosso sistema financeiro ainda é totalmente centralizado no Banco Central, que exerce forte influência no mercado a partir de suas decisões arbitrárias e muitas vezes recheadas de objetivos puramente políticos.
O BC forçou uma alta estratosférica da SELIC para melhorar a aparência da situação econômica do país perante o mundo, criando uma oportunidade artificial de investimento que fez o dólar sair do patamar de R$5,00 e chegar até a faixa de R$4,60, em valores recordes não vistos desde março de 2020.
Com a SELIC em alta, investimentos de renda fixa se tornam interessantes, atraindo capital estrangeiro para financiar a dívida pública e também incentivar os investidores domésticos a diminuir suas posições em ativos de alto risco – como bolsa de valores ou criptomoedas.
O problema é que esta é uma medida de manipulação de mercado que traz consequências nefastas à economia, aumentando a inadimplência – que é a capacidade do brasileiro pagar suas dívidas, com um aumento tão agressivo dos juros.
Apesar de ter o potencial de minimizar os aumentos de preços (comumente chamados de inflação), os efeito de médio e longo prazo são bastante negativos e também pode causar prejuízo a investidores alocados em ativos que ficam menos atrativos graças à manipulação do Banco Central.
O Federal Reserve (Banco Central dos EUA) fez o mesmo na semana passada, alterando sua meta de inflação e aumentando a taxa de juros em 0,5%, que é uma aumento muito agressivo para o mercado norte-americano.
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Criptomoedas e blockchain oferecem transparência de governança
Estas confusões de políticas monetárias centralizadas são facilmente resolvidas através da web 3.0, blockchain e criptomoedas, que conseguem oferecer transparência e previsibilidade para os investidores, com protocolos utilizando regras claras bem estabelecidas e obedecendo leis econômicas básicas em um livre mercado descentralizado.
Criptomoedas como Bitcoin (BTC) possuem um fornecimento circulante máximo pré-definido, com uma inflação programada e previsível através do halving.
Criptomoedas como a Nano (XNO), com um fornecimento máximo já totalmente distribuído e em circulação, possuem inflação zero.
Não existe o risco de dobrar a meta da inflação pela vontade de alguns poucos, às custas de muitos.
Para o mercado de Finanças Descentralizadas (DeFi) é possível ir além, da inflação, participando de uma economia com juros transparentes e não-arbitrários, definidos puramente pela lei de oferta e demanda através das pools de liquidez (LP).
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