Cointimes

Dados on-chain do Bitcoin revelam sinais importantes para 2022

Preço do bitcoin em 2022

O primeiro relatório de 2022 da Glassnode, empresa de análise de dados em blockchain, revelou que há sinais positivos e negativos para o BTC, mas as expectativas gerais são de que o preço caminhe de lado.

“​​As moedas continuam a migrar para carteiras cada vez mais ilíquidas e inativas, enquanto a lucratividade do investidor e as métricas cíclicas pintam um quadro mais pessimista. Com um equilíbrio dos sinais de alta e baixa em mãos, nossas expectativas para o início de 2022 são, provavelmente, a continuação da consolidação lateral.”, inicia o relatório divulgado na segunda-feira (3).

A atividade on-chain está crescendo a passos curtos

Em um mercado de alta, vemos uma grande demanda por transações de bitcoin à medida que novas moedas são compradas. Enquanto isso, em uma tendência de baixa, normalmente vemos menos carteiras novas, demanda de transação reduzida e menor utilização da rede.

O número de endereços de carteira com saldo diferente de zero é uma métrica que pode ser usada para avaliar a demanda de longo prazo por Bitcoin. No ano passado, um total líquido de 7,46 milhões de carteiras com saldo diferente de zero foi adicionado à rede, um crescimento de 23,2% anual. Destes, 1,41 milhões foram adicionados desde a alta histórica de outubro, 18,9% do total anual.

O recorde atual de 39,6 milhões de endereços diferentes de zero é 40% maior do que o pico definido no final do mercado altista de 2017, indicando que o crescimento da base de usuários foi sustentado nos últimos cinco anos.

Número de endereços com saldo diferente de zero no Bitcoin. Fonte: Glassnode.
Número de endereços com saldo diferente de zero no Bitcoin. Fonte: Glassnode.

Já em relação à atividade diária na rede, o número de entidades ativas conseguiu ultrapassar os 275.000 por dia, mas ainda se mantém perigosamente próxima do canal de bear market. Veja no gráfico abaixo:

Número de entidades ativas (média móvel de 7 dias) no Bitcoin. Fonte: Glassnode.
Número de entidades ativas (média móvel de 7 dias) no Bitcoin. Fonte: Glassnode.

Embora a atividade esteja crescendo, o canal vermelho na imagem mostra claramente que também há crescimento em mercados de baixa, mas em um nível mais baixo. O aumento que vemos atualmente se assemelha muito mais com o “mini-bull market” que tivemos em 2019 do que as fortes altas de 2016-17 e 2020-21.

Vale salientar ainda que a alta de 2019 culminou em uma faixa de negociação lateral para baixo de nove meses, até que a capitulação final ocorreu em março de 2020.

Sinais mais positivos para o preço do Bitcoin

Há destaques extremamente otimistas no estudo da Glassnode, começando pela dormência da moeda e o acúmulo de dinheiro mais inteligente e paciente.

Se olharmos para a última métrica da oferta parada há mais de 1 ano, podemos ver que uma grande proporção das moedas acumuladas no final de 2020 permanecem não gastas até hoje.

Desde outubro de 2021, mais de 682 mil BTC migraram para a faixa de mais de 1 ano, representando 3,3% do estoque de moeda em circulação. Mais de 57% da oferta de moedas agora tem mais de 1 ano [em hold], o equivalente aos 51,5% vistos no momento do impulso de alta de abril de 2019.

Porcentagem da oferta em hold há pelo menos 1 ano. Fonte: Glassnode.
Porcentagem da oferta em hold há pelo menos 1 ano. Fonte: Glassnode.

A falta de liquidez é outro ponto extremamente “bullish”, já que aponta que cada vez mais uma proporção menor dos bitcoins estarão disponíveis para venda, mostrando otimismo dos grandes investidores.

Para este estudo, a Glassnode considerou carteiras que costumam manter seus bitcoins por longos períodos como “carteiras ilíquidas” (holders) e carteiras que costumam gastar e movimentar com mais frequência (day traders e carteiras quentes de corretoras) como “carteiras líquidas”.

Podemos ver a seguir que ao longo dos últimos meses de 2021, mesmo com os preços corrigidos, houve uma aceleração das moedas mais líquidas para carteiras Ilíquidas. Até dezembro, as moedas mudaram para carteiras cada vez mais ilíquidas a uma taxa entre 50.000 e 100.000 BTC por mês, refletindo uma maior probabilidade de acumulação mais ampla.

Mudança do supply ilíquido (média móvel de 7 dias). Fonte: Glassnode.
Mudança do supply ilíquido (média móvel de 7 dias). Fonte: Glassnode.

A métrica mais preocupante do momento para o preço do Bitcoin

Como nem tudo está alinhado para as expectativas da Glassnode serem positivas, você poderia esperar algum mal sinal mais forte no relatório. É isso que a métrica STH-MVRV (a relação entre valor de mercado e valor realizado entre os detentores de curto prazo) nos mostra, uma preocupação em relação ao ciclo de preço do bitcoin.

Para os detentores de curto prazo, ou seja, aqueles que não estão com suas moedas há muito tempo, a métrica STH-MVRV mostra o quanto os novatos podem estar amargando prejuízos agora em relação aos períodos de baixa anteriores.

O STH-MVRV está atualmente abaixo de 1.0, um evento que infelizmente tem poucos períodos desde 2017 sendo um evento de curta duração. Os períodos de baixa em 2018, 2019 e meados de 2021 viram todos os STHs persistentemente no negativo, com valores de STH-MVRV de 1 atuando como resistência.

Psicologicamente, isso representa os novos compradores “recebendo seu dinheiro de volta”, o que coloca a cotação de US$ 51,4 mil como um nível importante a ser observado.

STH-MVRV
Short Term Holder MVRV. Fonte: Glassnode.

Lembre-se, este artigo possui fins informativos e educacionais, não é uma recomendação de investimento. Antes de tomar decisões de investimento realize sua própria pesquisa e evite basear suas compras ou vendas em poucas métricas.

Você pode ler o estudo da Glassnode completo clicando aqui e também recomendamos a leitura do artigo baseado em um relatório da Ecoinometrics, “Choque de oferta pode fazer o Bitcoin subir em 2022? Veja análise“.

Veja também:

Leia outros conteúdos...

© 2024 All Rights Reserved.

Descubra mais sobre Cointimes

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading