O Fórum Econômico Mundial (WEF), que já foi muito crítico em relação às criptomoedas, agora mostrou supostos benefícios dos tokens não fungíveis (NFTs) para causas sociais e ambientais.
Em um vídeo publicado no Twitter, o WEF sugeriu que NFTs estavam ajudando a resolver questões climáticas e de gênero, pois artistas estão levantando dinheiro para estas questões com suas obras digitais.
How NFTs are helping solve climate and gender issues..
— World Economic Forum (@wef) January 21, 2022
Discover more innovations helping restore gender equality and the Great Green Wall: https://t.co/FkZeY3OlPq @CodeGreen_nft @worldofwomennft @WEFUpLink @1torg pic.twitter.com/eALaskhj5n
Inna Modja, Yam Karkai e a World of Women se uniram para fundar a Code Green, uma organização sem fins lucrativos que trabalha com artistas e ONGs para levantar dinheiro com NFTs para causas sociais.
A World of Women é uma coleção de 10.000 NFTs femininos que celebram a diversidade. É atualmente o projeto de NFT feminino mais bem vendido do mundo cripto.
“Nós decidimos criar a Code Green para empoderar o universo NFT a se tornar mais sustentável e oferecer ferramentas na jornada da sustentabilidade.”, afirmou a música e ativista Inna Modja.
O Fórum Econômico Mundial definiu NFTs como ativos digitais que podem ser artes online, vídeos ou jogos, cada vez mais usados como meio alternativo de levantar dinheiro.
As criptomoedas foram apresentadas de forma neutra pela organização internacional: são geralmente o meio de pagamento para os tokens não fungíveis. Ao fundo no vídeo, mostraram uma ilustração com moedas de bitcoin, ethereum, XRP e monero.
Em parceria com a World of Women, a Code Green está organizando um evento especial de leilão, onde 12 artistas bem estabelecidos e emergentes vão mostrar suas artes digitais no marketplace SuperRare.
Os rendimentos irão para projetos de base na África que vão financiar a The Great Green Wall, uma iniciativa que visa combater os efeitos da mudança climática e a desertificação no norte da África. Ela também é conhecida como “Grande Muralha Verde do Saara e o Sahel”.
Os fundos também vão ajudar “ecoempreendedores” da UpLink, que trabalham na restauração de terras degradadas no Sahel, mas focados em soluções lideradas por mulheres.
“Eu espero que possamos dar um exemplo de que muitos podem seguir no espaço de NFTs, porque nós queremos empoderar o espaço de NFTs para realmente ser parte da liderança dessas ações pelo planeta. E, esperançosamente, mais e mais pessoas vão estar fazendo a mesma coisa.”, disse Modja.
O Fórum Econômico Mundial não era contrário às criptomoedas?
A publicação recente do WEF surpreendeu vários membros da comunidade, pois anteriormente a organização criticava o Bitcoin e demais criptomoedas, principalmente pelo gasto energético e os impactos ambientais.
Em dezembro de 2017, o WEF tuitou uma previsão que acabou errando por muito. “Em 2020, o Bitcoin consumirá mais energia do que o mundo consome hoje”, disseram.
In 2020 Bitcoin will consume more power than the world does today https://t.co/Yn2rV1GBT3 pic.twitter.com/qDaMBQiDgr
— World Economic Forum (@wef) December 16, 2017
Atualmente, na verdade, a rede Bitcoin representa apenas 1% do consumo global de energia. Mesmo considerando que em 2017 o mundo gastava 3% menos energia do que hoje, ainda é um chute longe da realidade.
Outros bitcoiners já estavam esperando alguma mudança de posicionamento por parte do Fórum, já que em 2019 a organização recebeu Aya Miyaguchi como parte do Conselho. A executiva faz parte da Fundação Ethereum e tem passagens pela Kraken e empresas de capital de risco do setor de criptomoedas.
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