Michael Yoshikami explica seus motivos para acreditar em uma chance de 60% de que os EUA afundem em uma recessão.
Como a economia americana começou a mostrar sinais de desaceleração, o CEO da Destination Wealth Management acredita que as ações excessivamente agressivas do Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (FED) podem levar a economia para uma recessão.
Recentemente, Yoshikami contou à CNBC sobre as suas preocupações com a baixa dos mercados de trabalho e imobiliário, com o segundo sendo, tradicionalmente, o mais sensível às mudanças nas taxas de juros.
Com o FED aumentando os custos dos empréstimos para amortecer a demanda doméstica como tentativa de mitigar a inflação, o mercado imobiliário começou a mostrar sinais de desaceleração e, de acordo com Yoshikami, as pessoas estão começando a sentir as taxas de juros mais altas, “uma vez que as taxas hipotecárias subiram tremendamente.”
Neste cenário, Yoshikami está preocupado que o FED seja muito agressivo no combate à inflação porque, segundo ele, “não vão deixar a economia correr um pouco antes de tentar controlar a inflação. Vão tentar atingi-la com força e, se fizerem isso, podem criar um choque de recessão.“
Yoshikami notou que as pessoas estão começando a ter receio em gastar dinheiro porque “o preço de tudo está subindo, inclusive o preço dos alimentos.” Mas, na opinião do gestor, “o grande problema são os preços de energia elétrica aqui nos EUA.”
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Segundo o gestor, o preço da gasolina dobrou em alguns estados, “isso é, sem sombra de dúvidas, um imposto sobre o consumidor, que vai ter impacto em seus gastos.” Para ele, essa situação pode criar efeitos de ondulação na produção e, consequentemente, desemprego.
A justificativa de Yoshikami está no fato de que 70% dos gastos nos EUA são liderados por consumidores. Portanto, um recuo nesses gastos leva a menos bens produzidos, e então ao potencial para demissões.
As empresas estão começando a notar as tendências e impactos negativos, o CEO da Tesla, Elon Musk, desenvolveu um “mau pressentimento” sobre a economia, o que o levou a acreditar na possibilidade de precisar demitir 10% de seus funcionários.
Yoshikami acredita que o fundo do poço está mais próximo do que muitas pessoas pensam, visto que o país “já passou pela retração,” mas que os próximos 60 a 90 dias serão “determinantes para a economia dos próximos 12 meses.”
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