Em maio deste ano o Mercado Livre anunciou a compra de R$40 milhões em bitcoin que foram adicionados ao patrimônio da empresa e agora ele pretende oferecer a possibilidade de seus clientes comprarem, venderem e armazenarem Bitcoin e outras criptomoedas na carteira digital do Mercado Pago (serviço de pagamento do grupo).
Com isso, o grupo Mercado Livre dá mais um passo importante no ecossistema dos criptoativos e ajuda seu aplicativo Mercado Pago a se posicionar como referência no meio de pagamentos digitais no Brasil.

Mercado Livre e as criptomoedas
Sendo a empresa mais valiosa da América Latina, eles pretendem replicar o serviço em outros países da região caso a experiência no Brasil seja positiva.
A possibilidade foi disponibilizada para um pequeno grupo de clientes no início de novembro e será implementada de forma mais ampla nas próximas semanas, de acordo com Túlio Oliveira, vice-presidente do MercadoPago.
“Dedicamos um tempo para estudar e aprender antes de decidir entrar nas criptos”, disse Oliveira em uma entrevista. “Isso tem um potencial de transformação pela frente e abre um novo caminho para nós.”
Em um primeiro momento os clientes ainda não poderão usar Bitcoin e outras criptomoedas para comprar produtos na plataforma.
O serviço se assemelha muito com o que já é oferecido por seus concorrentes globais, PayPal e Venmo.
O Mercado Livre iniciou seu braço de fintech em 2003 e foi gradativamente ampliando sua oferta de serviços de carteira e meios de pagamento, passando a oferecer crédito para compradores e vendedores, além de seguros.
Seu volume total de pagamentos superou os 100 bilhões de reais no terceiro trimestre deste ano.
Seja seu próprio banco
Essa é uma ótima implementação que deve facilitar um primeiro contato de novos usuários no mercado de criptomoedas, facilitando a acessibilidade aos ativos, liquidez e “segurança” na custódia por uma empresa de credibilidade no mercado e conhecida pela maioria dos brasileiros.
Ainda assim, o serviço provavelmente deverá possuir taxas e os usuários devem avaliar se é vantajoso realizar a negociação com o intermédio do MercadoPago.
As criptomoedas foram criadas para evitar a necessidade de intermediários, possibilitando negociações ponto-a-ponto ou diretamente nas exchanges (bolsa de valores). Além disso, a custódia por terceiros também vai contra a proposta de “sermos nosso próprio banco”, tão valorizada no universo cripto.
Ao utilizar os serviços do Mercado Pago, o usuário precisa confiar na empresa e fica sujeito à liquidez, disponibilidade, horário de funcionamento, limitações de servidores e outros tantos pontos que envolvem esse tipo de serviço terceirizado.
Leia mais:
Mercado Livre divulga compra de R$40 milhões em bitcoin
CEO do PayPal promete uma “super carteira de criptomoedas”
Ex-membros do PayPal lançam plataforma de pagamento instantâneo utilizando blockchain e stablecoins
Após integrar compra de criptomoedas, Paypal promete permitir o saque
Bancos no Texas querem custodiar bitcoin, é uma boa ideia?
Mais antigo banco americano deve lançar serviço de custódia de cripto na Irlanda