Quem disse que o fato de você ser mulher te torna incapaz de se envolver com tecnologia?
A indústria de tecnologia sempre teve falta de mulheres e que as criptomoedas são dominadas pelos homens desde suas raízes. Afinal, os primeiros adeptos ao Bitcoin eram gamers masculinos e membros da comunidade cypherpunk, entre outros sites e fóruns.
Um estudo feito pela Forbes, no final do ano passado, sugeriu que “apenas 5% a 7% de todos os usuários de criptomoedas são mulheres, tornando a indústria altamente dominada por homens”.
Mulheres e aversão ao risco de investimentos.
É interessante notar que algumas mulheres se sentem um pouco desencorajadas de entrar no mundo da criptoeconomia devido à sua percepção de aversão ao risco. Existe sempre uma “vozinha” gritando a necessidade da completa certeza e segurança para que possam seguir com algo que traz riscos, mas isso não se encaixa para todas.
O estudo da LBX (London Block Exchange, uma plataforma britânica de negociações em criptomoedas) acrescentou que as mulheres são “duas vezes mais propensas a consultar amigos e familiares antes de tomar uma decisão, enquanto o homem estatisticamente prefere a abordagem “posso fazer sozinho”.
Esta suposta aversão se torna ainda mais intensa quando lembramos de alguns escândalos relacionados ao Bitcoin em seus estágios iniciais, incluindo a compra de drogas ilegais e a perda de US$ 450 bilhões em Bitcoin após o colapso do Mt Gox.
John Coates, especialista em neurologia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e ex-investidor de Wall Street, associa o comportamento irracional das bolhas financeiras à atitude de jovens do sexo masculino. Ele diz que isso está muito ligado a testosterona, pois isso faz com que eles tenham a necessidade do “recebimento de premiação” rápida. No caso: investi – ganhei.
Em uma comparação no instagram Foxbit e Cointimes mostra que o número de mulheres está crescendo, e mesmo que nos dois casos, sua maioria seja masculina, no Cointimes o número de mulheres é maior, o que mostra a busca das mulheres por conteúdos sobre o mundo dos investimentos.
Já no site da Foxbit, o acesso das mulheres na plataforma aumentou em 2,8% (dados do analytics) comparando o primeiro semestre de 2017 com o primeiro semestre de 2018, o que é uma vitória para nós. Afinal de pedra em pedra, conseguimos construir a nossa escada para o sucesso.
Mesmo que seja uma área em expansão direta, ainda é muito grande a escassez de mulheres, tanto no mundo tech quanto de investimento. E isso não é apenas no nosso mercado, o IBGE de março/18, divulgou uma pesquisa mostrando que a participação de mulheres em cargos gerenciais no Brasil caiu de 39% para 37,8% no ano passado, mesmo que elas já tenham um nível de formação superior à de homens.
Alguns cenários como a preocupação com casa, família, afazeres e principalmente, o preconceito ainda são apontados como limitadores da ascensão feminina na carreira.
Hoje, empresas como a Foxbit, Cubo, Blockchain Academy, Wayra, entre outras, por meios de eventos, projetos, contratações, já trabalham com meios de integrar ainda mais as mulheres nessa tecnologia. Nós queremos trazer para frente do mundo que o mercado está entrando no equilíbrio em que homens e mulheres podem ter exatamente as mesmas garantias, funções e investimentos.
Nós precisamos ser mais corajosas, nos jogarmos mais e nos desafiarmos mais a encarar a sociedade e mostrar que somos capazes de conquistar o mundo, em todas as áreas possíveis. Não somente no mercado de investimento, mas no de tecnologia como um todo, participando de projetos de empoderamento feminino para tecnologia e programação.
E você, por que ainda não entrou no mundo das criptos?