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PayPal agora permite saque de bitcoin. O que o Nubank, Mercado Pago e 99Pay podem aprender com isso?

Paypal quer mais do que “vender e manter” Bitcoin, CEO comenta possível compra

O gigante app de pagamentos PayPal adicionou novas funcionalidades relacionadas às criptomoedas, incluindo o saque para outras carteiras. Aplicativos brasileiros que oferecem compra de bitcoin e cripto deveriam fazer o mesmo?

Em resposta a demanda dos usuários, o PayPal anunciou nesta terça-feira (7) que os usuários que compram criptomoedas através do aplicativo agora podem enviá-las para outras carteiras. Isso significa que, pela primeira vez, os usuários poderão realizar transações on-chain com o PayPal.

Adicionar essa funcionalidade era essencial para a missão de construir um sistema financeiro mais inclusivo e eficaz, sugeriu Jose Fernandez da Ponte, vice-presidente sênior e gerente geral de blockchain do PayPal.

“Estamos empolgados em conectar os clientes do PayPal a outras carteiras, corretoras e aplicativos, e continuaremos a lançar recursos, produtos e serviços de criptomoedas adicionais nos próximos meses”, concluiu Fernandez.

Em março do ano passado, o CEO do PayPal, ​​Dan Schulman, apresentou um serviço que permitiu a liquidação de cripto na aquisição de produtos e serviços, facilitando o uso das criptomoedas em milhares de estabelecimentos. Mas isso não foi o suficiente para dar aos clientes autonomia sobre seus fundos.

Apps brasileiros devem aprender com isso?

O PayPal começou a permitir a compra de criptomoedas no aplicativo ao final de 2020, possibilitando que seus clientes surfassem na alta de mais de 150% do bitcoin, por exemplo. Mas, apesar de operar no Brasil, a função nunca foi ativada para os brasileiros.

Um pouco mais tarde, empresas brasileiras ou que operam no Brasil como o Nubank, Mercado Pago e 99Pay adicionaram a compra de cripto em moldes similares. No entanto, todas foram criticadas por entusiastas brasileiros pelo mesmo motivo: não oferecem a retirada de criptomoedas ainda.

Os aplicativos de pagamentos utilizam integrações com exchanges de criptomoedas para fornecer liquidez aos clientes, mas a única opção de retirada para os usuários é vender as moedas digitais por reais, para então utilizarem o próprio dinheiro.

Assim como foi o PayPal por muito tempo, essa escolha da empresa, apesar de evitar problemas para os usuários leigos, reforça a visão de que as criptomoedas servem apenas como produtos de investimento ou objetos de especulação. A possibilidade de retirada dos fundos possibilita a auto-custódia, e reforça a soberania dos usuários.

Um dos ditados mais repetidos por entusiastas de criptomoedas é o “not your keys, not your coins“, que lembra que a tecnologia por trás das criptomoedas (blockchain) concede o “direito” de gasto apenas ao(s) detentor(es) da chave privada da carteira, mais ninguém. Saldo em empresas representam apenas uma promessa de pagamento de uma instituição a um indivíduo.

Portanto, vejo a nova funcionalidade do PayPal com bons olhos e espero que os demais apps – que respeito e admiro pelo pioneirismo no Brasil – sigam os passos dele nesse sentido.

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