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Político americano quer exigir Prova de Reservas de corretoras

Cofre de cripto (prova de reservas)

Numa coletiva de imprensa na segunda-feira passada (5), o político americano Ritchie Torres (democrata) anunciou duas legislações sobre criptoativos que, após o colapso da FTX, forneceriam transparência à volátil indústria.

Representante do 15º distrito de Nova Iorque e entrando no seu segundo mandato, Torres vem sendo um apoiador da adoção cripto, tendo escrito em março um editorial para o New York Daily News sustentando que cripto poderia ajudar seus representados por reduzir as taxas e a lentidão do sistema financeiro tradicional, incluindo as remessas internacionais.

Ritchie Torres

Os dois projetos de lei, chamados de Lei de Proteção ao Consumidor Investidor em Cripto e Lei de Divulgação de Corretoras Cripto, tratariam de fatores que levaram ao colapso da FTX e à potencial perda de bilhões de dólares em fundos dos usuários, incluindo exigir que corretoras provem e publiquem seus ativos e passivos (Prova de Reservas), assim como proibir que as corretoras emprestem, alavanquem ou misturem fundos de usuários sem consentimento.

“Sam Bankman-Fried não é mais representante das finanças cripto do que Bernie Madoff é representante das finanças tradicionais”, disse Torres. “Cripto tem lugar na economia americana, mas deve ser cuidadosamente regulado”.

Torres foi acompanhado pelos representantes da Bronx Crypto, uma empresa que organiza e oferece ferramentas educacionais para investidores locais, incluindo seu cofundador, Julio Barrios, que disse à Fortune que ainda possuía $1000 dólares presos na FTX US.

Os projetos de lei de Torres se juntam a uma ampla coleção de legislação cripto, incluindo a Proteção aos Consumidores de Commodities Digitais, do Comitê de Agricultura do Senado. Durante uma audiência sobre a FTX na semana anterior, o comitê anunciou que pararia para reavaliar a linguagem do projeto. 

Torres está no Comitê de Serviços Financeiros da Casa, que será presidido por Patrick McHenry (republicano) na próxima sessão do congresso. Junto com a presidente atual, Maxine Waters (democrata), McHenry desenvolveu sua própria legislação sobre cripto – um projeto de lei sobre stablecoins –, embora fontes familiares com a questão digam que ela ainda está sob discussão e provavelmente será adiada para a próxima sessão.

Torres disse que acredita que seus projetos de lei podem trabalhar em conjunto com qualquer legislação sobre stablecoins, argumentando que a necessidade de transparência existe para stablecoins tanto quanto para as corretoras. Ele disse que há bons agentes no universo das stablecoins, incluindo Circle e Paxos, mas destacou a Tether, que emite a maior stablecoin em capitalização de mercado, como uma empresa com a qual ele está preocupado.

Torres não ofereceu uma previsão de quando espera que a discussão sobre seu projeto comece, citando a mudança de liderança da Casa.

Apesar da sua condenação à FTX, Torres vem sendo associado à problemática corretora em artigos recentes. Em 29 de novembro, a Blockworks noticiou que Torres havia recebido fundos de campanha associados a Bankman-Fried, mas havia doado a contribuição para caridade. 

Em 23 de novembro, o American Prospect noticiou que Torres era parte de um grupo de oito membros da Casa que haviam escrito uma carta para Gary Gensler, presidente da SEC, questionando a autoridade da agência para fazer consultas informais para empresas de cripto e blockchain, incluindo a FTX.

Em resposta a uma pergunta da Fortune, Torres disse que isso foi uma interpretação errada da carta, alegando que ela era sobre requisições voluntárias de informações sobre empresas não reguladas. 

“Não há nada incomum sobre o Congresso pedir a uma agência que aloque seus recursos de forma eficiente”, Torres disse. “Eu diria que a SEC tinha suas prioridades no lugar errado, porque ela passou mais tempo investigando Kim Kardashian do que Sam Bankman-Fried”.

Traduzido e adaptado da Fortune Crypto

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