Nas últimas 24 horas, o mercado de criptomoedas mais uma vez subiu com a recuperação do Bitcoin nas exchanges. No entanto, o que pode ter passado despercebido foi o aumento incomum dos fundamentos do Monero (XMR), independentemente do que o Bitcoin tenha feito.
As transações diárias do Monero relataram um grande aumento nos últimos dias. De acordo com os dados fornecidos pelo explorador de blocos do LocalMonero, o número de transações por bloco ficou entre 20 e 30 após a queda de maio. No entanto, dada a recuperação que empurrou o preço do Monero em pelo menos 15% nos últimos dias, as transações médias diárias por bloco também aceleraram em um ritmo surpreendente.
O pico acima mencionado é claramente visível no seguinte gráfico:
De acordo com o mesmo site, as transações do Monero por bloco estavam limitadas a 26,3 transações em 21 de julho, mas houve um aumento repentino no dia seguinte, levando o número para 47,2 – quase o dobro do observado no dia anterior. Até o momento da publicação, o pico foi marcado em 59,1 transações.
Curiosamente, o referido aumento nas transações ocorreu apesar dos esforços feitos para tornar o Monero rastreável. No ano passado, a CipherTrace anunciou o depósito de duas patentes de tecnologias capazes de rastrear transações para Monero. No entanto, de acordo com uma pesquisa da Carnegie Mellon University, apenas 30% das transações XMR seriam realmente rastreáveis se, por algum motivo vazassem as view keys dos usuários de XMR , em comparação com 99,95% das transações de Zcash.
Isso acontece devido a falta de padrão na quantidade de assinantes das assinaturas em anel no começo do desenvolvimento da Monero, entretanto, a rede atualmente conta com assinaturas em anel fixas e obrigatórias. De acordo com a pesquisa, que não foi revisada por pares, a precisão heurística de análises feitas pelo estudo caiu em 3x desde a atualização da rede em abril de 2017.
Dados os endereços de uso único do Monero para cada transação, ele é capaz de evitar a ‘linkabilidade’. O problema da rastreabilidade em blockchain é endereçado com as assinaturas em anel, abrindo espaço para negação plausível e o saldo do usuário é escondido com provas de conhecimento zero, que explicamos mais no vídeo abaixo:
Agora, várias atualizações foram feitas no protocolo a partir de 2017, atualizações que promoveram mais segurança e privacidade. Na verdade, essas atualizações levaram alguns pesquisadores a afirmar que menos de um por cento das transações realizadas usando o Monero nos últimos dois anos eram “rastreáveis” de acordo com a maioria dos métodos de análise usados.
Desnecessário dizer que a comunidade de Monero tem falado muito sobre suas características, com um usuário explicando:
“#Monero usa um protocolo diferente do #Bitcoin. É chamado de CryptoNote. CryptoNote funciona agrupando muitas transações. Isso torna impossível dizer a qual das entradas (remetentes) cada transação pertence.”
Embora o Bitcoin continue sendo a criptomoeda mais comentada e seja considerado um ativo com valores como dinheiro, a comunidade de Monero acredita que pontos semelhantes também podem ser aplicados ao XMR.
“Toda a conversa sobre #bitcoin em #thebword me deixa otimista com o #monero, pois, de fato, todos os pontos que defendem bitcoin como dinheiro também se aplicam ao monero.
A diferença é que o monero adiciona fungibilidade e é perfeito para transações P2P do usuário final.
E é claramente mais cypherpunk.” – disse um usuário no Twitter.
Embora ainda haja espaço para melhorias em termos de privacidade, pode-se argumentar que este princípio está mais próximo das ideias centrais do Monero do que a maioria. Dada a resposta mais ampla da comunidade cripto, a privacidade dos dados financeiros continua sendo uma de suas demandas mais expressivas, além da velocidade das transações.
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