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Veja quais foram os 7 maiores golpes de criptomoedas do mundo

Atlas Quantum CEO

A história do Bitcoin é infelizmente marcada por uma série de golpes, pirâmides e outros esquemas que já acumularam bilhões de reais com o criptoativo. Mas quais foram os maiores esquemas até hoje e o que podemos aprender com eles?

Neste artigo vamos citar por nome os maiores golpes do mercado de criptomoedas, e demonstrar o porquê você deveria manter ‘um pé atrás’ com todas as empresas que pedem seus valiosos bitcoins. O ranking abaixo é baseado em números estimados da quantia furtada, vítimas lesadas e no impacto negativo que os esquemas causaram na comunidade de cripto.

1 – OneCoin

Onecoin ruiu

Similar à pirâmide brasileira KriptaCoin, apesar do nome, a OneCoin também nunca foi uma criptomoeda em blockchain, mas era anunciada como uma moeda digital de grande sucesso. 

De acordo com fontes não oficiais, eles roubaram mais de R$ 107 bilhões das vítimas. Fontes oficiais falam em R$ 27 bilhões, no entanto, os funcionários estão trabalhando com documentos vazados que têm os dados de 2014 a 2017, e portanto não incluem os lesados de 2018 e 2019.

Como muitos outros golpes, a OneCoin insiste em continuar funcionando e angariando ainda mais clientes, apesar do seu CEO original ter sumido em 2017 e o CEO alternativo ter sido preso por fraude e lavagem de dinheiro.

Eles estão vendendo tokens inúteis na forma de “pacotes educacionais”, prometendo altos retornos aos membros. O golpe nunca foi fechado e ainda existem “líderes” que estão tentando atrair mais pessoas para o sistema na intenção de subtrair o dinheiro delas.

Quantia fraudada: R$ 27-107 bilhões

Usuários enganados: 3.000.000

Veja também: Dois promotores de ponzi encontrados mortos no México

2 – BitConneeeeeeeeect

via GIPHY

“Hey, hey, heeey”… Quase todos da comunidade de Bitcoin conhecem o esquema do Bitconnect pela ridícula apresentação de palco de Carlos Matos, que rapidamente virou um dos mais conhecidos memes do cripto-espaço. O BitConnect (BCC) de fato tinha um token e por conta da sua estrutura piramidal, possuía vários youtubers promovendo o golpe.

Foi lançado em 2016 como se fosse uma plataforma de empréstimo, mas se revelou um esquema Ponzi ao longo do tempo. Durante o período em que foi executado, ele foi promovido por enormes youtubers que estavam ganhando dinheiro por meio de links de referência. CryptoNick, Trevon James e Craig Grant eram alguns dos grandes nomes que estavam promovendo ativamente. É estimado que os influenciadores lesaram sua audiência em cerca de R$ 16,8 milhões.

Em 3 de janeiro de 2018, o Texas State Securities Board emitiu uma ordem de cessar e desistir para a empresa, chamando-o de esquema Ponzi e citando falhas na transparência dos ganhos do usuário e declarações enganosas. Apenas 14 dias após o exit-scam do Bitconnect, o preço do token perdeu todo o seu valor caindo para 0.

Quantia fraudada: R$ 14-19,5 bilhões

Usuários enganados: 1.500.000

3 – PlusToken

Plustoken líderes

Com milhares de vítimas chinesas e coreanas, o PlusToken foi um ponzi divulgado como um “programa de investimento de alto rendimento”. O esquema oferecia retornos mensais de 9% a 18% sobre o investimento para as suas vítimas, também muito semelhante com diversos golpes brasileiros.

A abordagem deles era diferente da chamada da Bitconnect, por exemplo, eles se concentraram mais em reuniões e eventos off-line para conversar pessoalmente com investidores em potencial. Dessa forma, eles foram capazes de criar uma grande base de usuários de investidores, mesmo fora do mundo de criptomoedas.

No final de junho de 2019, os primeiros problemas começaram a ocorrer. As pessoas não conseguiam mais retirar seus lucros da plataforma. A equipe do PlusToken tentou esconder o fato de que eles estavam prontos para realizar um exit-scam e culpou os mineradores. Mas não muito depois disso, eles oficialmente fugiram com mais de R$ 16,7 bilhões em grandes quantidades de BTC, ETH e EOS.

Algumas pessoas acreditam que o despejo de suas criptomoedas foi o motivo pelo qual o BTC caiu em 2019. Seis dos membros da equipe foram localizados e entregues às autoridades chinesas para colocá-los em julgamento. A transação do exit-scam do PlusToken trazia uma nota:

“Desculpe, nós fugimos”.
“Desculpe, nós fugimos”.

Quantia fraudada: R$ 16,7 bilhões

Usuários enganados: 100.000

4 – Bitcoin Savings & Trust

Trendon Shavers

Muitas pessoas nunca ouviram falar desse ponzi porque ele foi lançado ainda no início do Bitcoin em 2011, no entanto, mostrou bem como o BTC poderia ser usado por golpistas que se aproveitam da ignorância das pessoas sobre algo ainda novo.

O golpe foi criado por Trendon Shavers, também conhecido como “Pirate”. Ele alegou que estava vendendo BTC para alguns compradores locais e precisava de mais BTC para fornecer liquidez. As pessoas começaram a enviar moedas a ele. Em teoria, ele os venderia por meio de OTC (mercado de balcão) e recompraria por um preço melhor no mercado e devolvia às pessoas até 7% a mais por semana.

Ele acabou anunciando uma inadimplência do Bitcoin Savings & Trust em 28 de agosto de 2012. A grande maioria do dinheiro nunca foi devolvida aos usuários e ficou provado que o dinheiro foi direcionado para: aluguel, despesas relacionadas ao carro, serviços, compras no varejo, cassinos e refeições. Naquela época, acumular 700.000 BTC de uma vez era algo enorme, já que o espaço de cripto era muito menor do que é hoje.

Em julho de 2013, a SEC acusou Trendon Shavers de fraudar investidores em um esquema Ponzi e sentenciou Trendon a 18 meses de prisão.

Quantia fraudada: R$ 32,4 bilhões (na cotação atual)

Usuários enganados: 10.000

5 – Unick Forex

Unick Forex diretores

A Unick Forex foi uma pirâmide financeira brasileira que oferecia até 3% de rendimentos ao dia para seus clientes. Essa é uma taxa tão absurda que, se um investidor aportasse 10 mil reais ele teria “garantido” R$ 484 milhões em um ano.

A empresa garantia que os investimentos eram feitos em trading de criptomoedas como o Bitcoin, arbitragem e Forex. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) logo proibiu a empresa de captar investidores em 2018. Mas apesar da ordem, o esquema continuou recrutando novos participantes para arrecadar dinheiro. O número de clientes se comparava a uma grande exchange nacional de criptomoedas.

Conquistando um número absurdo de vítimas, a pirâmide só foi ruir quando a Polícia Federal acabou com a festa com a operação Lamanai, que prendeu os principais membros da Unick Forex. Ao todo são 13 indiciados, dentre eles Leidimar Bernardo, Danter Navar e Fernando Baum. Segundo relatório das autoridades policiais, a Unick acabou devendo R$ 12 bilhões para cerca de 1 milhão de clientes.

Estima-se que o valor total movimentado pelo esquema foi de 28 bilhões de reais, se tornando sem dúvida a maior pirâmide financeira relacionada a Bitcoin e criptomoedas no Brasil.

Quantia fraudada: R$ 12 bilhões

Usuários enganados: 1.000.000

6 – Pincoin e iFan

Fraudulentos ICOs (ofertas iniciais de moedas) não poderiam estar de fora dessa lista, como por exemplo o Pincoin e iFan, administrados pela mesma empresa Modern Tech. Elas estavam prometendo 48% de lucro para os investidores logo após um mês e recuperação total do investimento após 4 meses. Um retorno completamente fora da média de mercado e sem transparência.

Além disso, a comissão de 8% para o programa de indicação era mais um indício claro de um clássico esquema ponzi. Para atrair as pessoas, eles organizaram vários eventos presenciais por toda a Ásia.

O iFan deveria ser um aplicativo de celebridades para se conectar com seus fãs e vender suas mercadorias. Pouco depois da empresa ficar sem novas vítimas entrando em seu Ponzi, eles pararam para pagar as pessoas, a mídia passou a falar sobre isso e a Modern Tech foi acusada por vários relatos de ser uma pirâmide financeira.

Quantia fraudada: R$ 3,6 bilhões

Usuários enganados: 32.000

7 – Atlas Quantum

Rodrigo Marques CEO da Atlas Quantum

Imagine um suposto robô quântico capaz de realizar arbitragem com seus bitcoins e entregar um retorno por volta de 1 a 3% ao mês. Sem promessas de lucro tão absurdos como ponzis comuns, a brasileira Atlas Quantum se assemelhou mais com as aprimoradas pirâmides de Maddoff, uma oportunidade de investimento sem transparência nenhuma mas que oferecia altos retornos aos clientes.

Como todo golpe bem estruturado, começou entregando todos os saques de forma consistente e faziam grandes jogadas de marketing com atores famosos, tudo isso enquanto descumpriam promessas de que haveria uma auditoria transparente da empresa. Até a CVM, ao perceber que a empresa ofertava contratos de investimento coletivo sem a devida autorização, emitiu um stop order. Isso causou uma onda de saques em massa que desabou o esquema.

Para continuar na ativa até hoje, a Atlas unilateralmente transformou todas as suas dívidas de BTC por BTCQ, um token inútil criado pela própria empresa para pagar os clientes sem nenhum custo. Apesar de perder inúmeros processos na Justiça, poucas foram as vítimas que de fato conseguiram bloquear algum valor da empresa. O paradeiro do CEO Rodrigo Marques é até hoje incerto.

Quantia fraudada: R$ 1 bilhão

Usuários enganados: 40.000

Infelizmente, as criptomoedas ainda são bastante utilizadas como uma espécie de vitrine para golpistas angariarem vítimas. Esses esquemas acabam por danificar a imagem do Bitcoin para os leigos que acabam confundindo a própria criptomoeda com as fraudes que usam seu nome. Guardar seus bitcoins com segurança também consiste em conter a ganância e tomar cuidado com promessas falaciosas de altos retornos.

Nós gravamos um episódio do podcast Conexão Satoshi focado apenas nesse tema, assista abaixo e veja como identificar uma pirâmide financeira.

Veja também: O que é uma pirâmide financeira ou ponzi? Não caia no golpe!

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