A última atualização do Ethereum (ETH), a “fusão”, aconteceu há pouco mais de 3 meses e falhou em reverter a tendência de baixa do segundo maior criptoativo do mercado. Agora, existem outras razões para o ether continuar caindo.
A fusão, conhecida em inglês como The Merge, teve como principal objetivo modificar o modelo de consenso da rede. Embora isso trouxe benefícios instantâneos como uma diminuição de 99% do gasto energético do Ethereum, também vieram críticas.
A “deslistagem” de ETH
De acordo com o CEO da Paxful, Ray Youssef, a escolha de retirar o sistema Proof-of-Work (PoW) do Ethereum é o caminho para a centralização. Em seu anúncio de remoção do ETH de sua plataforma, o executivo disse que o PoW é a “inovação que faz do Bitcoin o único dinheiro honesto que existe.”
A negociação de ether ser interrompida na Paxful não é tão significativa para o mercado quanto a divulgação do anúncio em si. Somente no Twitter, ele foi compartilhado milhares de vezes e visto por milhões de pessoas. Nele, Youssef argumenta que muitos tokens criados na rede não passavam de golpes que tiraram bilhões de dólares dos investidores.
Embora tecnicamente seja possível manter a resistência à censura em um sistema Proof-of-Stake, o Ethereum passa por grandes dificuldades em provar a sua descentralização no longo prazo. A narrativa pode ser afetada e, por consequência, o preço do token nativo da rede, ETH, ser prejudicado.
O problema da censura
Ainda relacionado com as questões em torno da descentralização do Ethereum, a porcentagem de validadores atacando a fungibilidade do ether aumentou consideravelmente desde o Merge.
No momento da escrita deste artigo, 70% dos validadores estavam se recusando a incluir transações de endereços sancionados pelo Estado norte-americano.
Mais sobre esse potencial problema pode ser lido na matéria “É o fim do Ethereum? Mais da metade dos blocos podem ser censurados“.
O liberação de US $18 bilhões em ETH
Como mais um motivo para ter cautela com ETH no momento, podemos citar o possível desbloqueio e venda em massa de mais de 15 milhões de ethers em março de 2023. Com o PoS, o Ethereum passou a ter a dinâmica de staking (com usuários travando algumas moedas para receber recompensas), mas eles não têm a possibilidade de sacar.
Somente após a próxima atualização, chamada de hard fork Xangai, os validadores terão a opção de liberar seus tokens para venda novamente. Até então, o staking era 100% bullish (pois diminui a oferta circulante), após o Xangai a dinâmica muda novamente.
Some isso ao fato de que outras opções de staking estão pagando rendimentos maiores que o Ethereum, e há uma possibilidade real de venda em massa de ETH por volta desta data, conforme sugeriram analistas da CryptoQuant.
Veja mais detalhes sobre isso na matéria “Analista alerta para potencial venda em massa de Ethereum (ETH)“.
Análise técnica
Como uma última razão para tomar cuidado com Ethereum agora, as análises técnicas de cotação mostram que a tendência do ETH é de baixa. No Twitter, o analista de pseudônimo Bleeding Crypto afirmou que o ETH perdeu o seu último suporte e outros indicadores chaves.
Por conta disso, o analista disse que estava em posição de short contra o ether. Essa é uma operação de trade que aposta na queda do preço de um ativo, possível de ser realizada em algumas corretoras de criptomoedas.
Em relatório gratuito publicado no Discord do Cointimes, o analista de criptomoedas Thiago Souza também percebeu como o ETH está em tendência de queda. Mais especificamente, está preso em um canal de baixa há meses. Como a volatilidade está em baixa, o analista comparou o ativo com uma stablecoin:
“O ether também segue agindo como uma stablecoin, no mesmo formato do BTC. Ambos afetados pela perda de volume e volatilidade desta época de final de ano, festas e folga de traders institucionais”
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