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BCE: O último suspiro do Bitcoin, antes de cair na irrelevância

banco central europeu (sede frankfurt)

O Banco Central Europeu publicou um polêmico artigo afirmando que o Bitcoin está caindo na irrelevância e a atual estabilidade de preço é apenas o último suspiro do BTC.

O último suspiro do BTC antes da irrelevância

No dia 30 de novembro de 2022, o Banco Central Europeu fez a publicação de um novo artigo em seu blog, tratando do Bitcoin e afirmando que ele está próximo de seu fim. O artigo ganhou relevância através de um tweet oficial do BCE:

Tweet do BCE: O último suspiro do Bitcoin, antes de cair na irrelevância
Fonte: Twitter (@ecb)

“A aparente estabilização do valor do bitcoin provavelmente será um último suspiro induzido artificialmente antes que o criptoativo embarque em um caminho para a irrelevância.”

Desta forma, Banco Central Europeu, através dos autores Ulrich Bindseil e Jürgen Schaaf, consolida sua posição de que o BTC é um ativo manipulado por movimentos de preço artificiais e que seu modelo não é sustentável –  que é no mínimo irônico, partindo de uma entidade transnacional cuja função é exatamente manipular e controlar o Euro.

De qualquer forma, os autores trouxeram alguns argumentos relevantes que os ajudam a defender a tese de que o bitcoin caminha para a irrelevância e, alguns destes argumentos, são constantemente levantados por críticos do Bitcoin Core dentro do próprio ecossistema de criptomoedas, em diversas comunidades das, comumente chamadas, altcoins.

Entre eles, o BCE afirma que o bitcoin é “raramente utilizado para transações legais”, devido às decisões de desenvolvimento que o fazem “questionável como meio de pagamento: transações reais de Bitcoin são pesadas, lentas e caras”. Além de questões sobre baixa eficiência energética, ao considerar que o sistema exige uma altíssima quantidade de energia elétrica para ser mantido, ao mesmo tempo em que entrega pouca liquidação de transações on-chain, pelas características explicadas.

A própria comunidade de desenvolvedores do Bitcoin Core reconhece estas debilidades na blockchain de primeira camada, propondo diversas soluções de segundas camadas que devem favorecer a escalabilidade das transações da moeda. A Blockstream, por exemplo, era a empresa responsável pela liderança do software no Github e atualmente é uma das líderes no desenvolvimento da Lightning Network.

Recomendação cultural: Documentário “Quem matou o Bitcoin?”

É importante ressaltar que existem projetos descentralizados (altcoins) que solucionam esses problemas, exclusivos do Bitcoin (BTC), sem abrir mão da descentralização e auto-soberania proporcionada pelas redes em primeira camada. Alguns exemplos são: Bitcoin Cash (BCH), Nano (XNO), Monero (XMR), Dash, entre outros.

Os demais argumentos são principalmente de teor regulatório e enviesados de forma favorável à maior centralização do dinheiro – o que é esperado do banco que regula uma moeda continental, altamente centralizada.

Disclaimer – Quem são os autores do artigo do BCE

Ambos os autores, Ulrich Bindseil e Jürgen Schaaf, são fortes proponentes da criação de um Euro Digital controlado pelo Banco Central Europeu, que deve substituir o dinheiro físico. A CBDC da Zona do Euro é um projeto em constante desenvolvimento que deve garantir maior capacidade de controle ao BCE do dinheiro utilizado no continente.

Relatório do Banco Central Europeu sobre o Bitcoin foi usado como base para o PL das Criptos, aprovado dia 29 de novembro de 2022

Esta não foi a primeira vez que o BCE se pronunciou contrário ao Bitcoin, ou até mesmo prevendo seu fim.

Um relatório de 2015 do Banco Central foi utilizado como base para a elaboração da primeira versão do PL das Criptos, que foi aprovado na terça-feira (29 de novembro) pela Câmara dos Deputados no Brasil.

Saiba mais: PL das Criptos é aprovado; entenda o que muda

O Projeto de Lei 4401/2021 contém citações do relatório de 2015, que levantou preocupações sobre o uso do BTC para atividades ilícitas, crimes de lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial.

O relatório também abordava questões sobre a volatilidade do bitcoin como ativo financeiro, que poderia causar problemas para os investidores e afetar a economia mundial de forma negativa.

Os questionamentos foram respondidos durante as discussões parlamentares e serviram como base para os 3 artigos que compõem o PL.

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