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Bolsonaro quer subsidiar energia nas igrejas, mineradores de bitcoin se convertem

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Conforme revelou o Estadão no dia 10 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro está pensando em subsidiar a energia de templos religiosos, ajudando os evangélicos (sua base de apoio).

Entretanto, outro grupo poderia se beneficiar dessa medida, os mineradores de criptomoedas, que já começaram a se converter.


Visão geral da matéria:

  • As Igrejas de Bitcoin e criptomoedas existem;
  • Religiosos amam minerar Bitcoin;
  • A medida de Bolsonaro poderá ajudar os mineradores?

Bitcoin church: “Sinal dos tempos”

A Internation Christian Fellowship, uma das maiores igrejas evangélicas da Suíça já aceita dízimo em Bitcoin, Stellar, Ethereum e até Ripple.

Ela não é a única, Christopher Brice, da tradicional Igreja Anglicana de São Martinho explicou que aceitar dízimo em bitcoin é uma maneira de manter a igreja em contato com a evolução tecnológica.

“Afinal, estamos no século 21”, disse Brice para o ChurchTimes

Enquanto as igrejas tradicionais apenas aceitam Bitcoin, outras igrejas são baseadas na criptomoeda.

É o caso da Church of Bitcoin, uma religião oficial nos Estados Unidos que aceita todos que tenham ao menos um satoshi (menor unidade de bitcoin) e um endereço de e-mail válido.

Com apenas 23 membros, a Church of Bitcoin não faz frente a Igreja do Monero, baseada em uma criptomoeda anônima, ela celebra missas todos os sábados às 18:00 UTC.

Nas missas, moedas de Monero são trocadas entre os membros para aumentar a privacidade da rede. O grupo se organiza pelo Telegram e mantém um histórico dos participantes.

“Estamos aqui para espalhar a palavra do Monero e ajudar as pessoas a começar a usá-lo”, disse o coveiro da Igreja, Robom Benai.

Minerando em Igrejas, uma prática comum

A Igreja do Monero poderia ser uma beneficiária da medida do Bolsonaro. Pois para minerar a criptomoeda é necessário gastar grandes quantidades de energia.

Segundo o decreto de Bolsonaro, os templos que gastam muito energia (não as pequenas igrejas), seriam beneficiadas com um subsídio. E quem gasta mais do que uma Igreja que minera criptomoedas?

Talvez uma mesquita que minera criptomoedas. É o que está acontecendo no Irã. O governo de lá dá grandes benefícios fiscais para os templos islâmicos, que por acaso viraram locais de mineração.

Era tanta mineração nas mesquitas que o governo começou a dar recompensas para quem denunciasse os mineradores religiosos.

A medida do Bolsonaro poderá ajudar os mineradores?

Como aconteceu com o caso do vereador do Novo que sem querer iria tornar crime hediondo não declarar bitcoins, as intenções do governo muitas vezes falham miseravelmente.

Esse pode ser o caso do Dízimo da Energia proposto pelo Bolsonaro. Contudo, a energia no Brasil é tão cara, que mesmo com o apoio do deus Estado a mineração nos templos das criptomoedas seria inviável.

Apesar dos recentes avanços com algorítimos de mineração caseiros, criados pelos desenvolvedores do Monero, os mineradores brasileiros saem em desvantagem quando comparamos com outros países.

Conforme publicado pela Agência FIEP, 30% do custo energético vem de impostos, outros 20% são de outros subsídios. Além disso, temos o preço das outorgas estatais, que adicionam mais R$ 200 MWh.

E a medida de Bolsonaro só modifica a tarifa vermelha, que aumenta o valor da energia em até 300%, mas não retira os impostos normais da eletricidade.

E a notícia não é boa para quem pensa em minerar no futuro, o Novo Marco Regulatório do Setor da Energia que está em circulação no Congresso pode aumentar os impostos e dificultar a vida de quem quer construir usinas hidroelétricas no país.

Portanto, será bem difícil minerar criptomoedas nos templos, sejam eles evangélicos, católicos ou bitcoiners. Enquanto tivermos uma energia elétrica tão cara, qualquer atividade industrial religiosa ou industrial será prejudicada.

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