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Criador da Tron é banido pela Aave após receber 0,1 ETH da Tornado Cash

porta com uma aviso: "Essa porta está bloqueada"

O CEO da Tron disse que Aave bloqueou um de seus endereços de carteira depois de receber aleatoriamente ETH do Tornado Cash, que foi sancionado. Outras pessoas conhecidas também alegaram o mesmo.

ETH “sujo” da Tornado Cash faz contas serem bloqueadas

No começo da semana passada, a plataforma de privacidade para a rede do Ethereum, Tornado Cash, foi sancionada pela Secretaria do Tesouro dos EUA e colocada em “blacklists” de diversas outras plataformas Web3, em obediência às decisões judiciais norte-americanas.

A plataforma de lending: Aave (AAVE), foi uma destas. O que fez com que todos endereços com ligação à Tornado Cash fossem bloqueados de utilizar seus serviços.

O que aconteceu após estes bloqueios arbitrários, foi que diversas celebridades e carteiras conhecidas de pessoas de influência, começaram a receber ether (ETH) “sujo”, de endereços que passaram pela Tornado Cash. Entre elas estão: Brian Armatrong, CEO da Coinbase, Logan Paul, Vitalik Buterin, Jimmy Fallon, Ryan Sean Adams, Anthony Sassano, Steve Aoki, Cozomo de’ Medici, Beeple, Shaquille O’Neal, e o Ukraine Crypto Donation Fund.

Além destes, o conhecido educador e investidor de Ethereum, sassal.eth, também teve sua conta da Aave bloqueada.

No entanto, Sassal afirma que, após entrar em contato com a plataforma, sua conta foi liberada.

Justin Sun, CEO da Tron, passou pela mesma experiência e chegou a marcar o fundador da Aave, Stani Kulechovi, em um Twitter onde contou o ocorrido:

Justin Sun bloqueado pela Aave
Fonte: Twitter

“Estou oficialmente bloqueado por @AaveAave ja que alguém enviou 0,1 eth aleatoriamente de @TornadoCash para mim.”

Sua conta, no entanto, já foi desbloqueada. Conforme comunicado por @justinsontron. O que prova que essa estratégia vem funcionando, entre as contas conhecidas que receberam ETH da Tornado Cash.

Fungibilidade de ETH é testada com censuras

Fungibilidade é a capacidade de um bem ou ativo ser trocado com outros bens ou ativos individuais do mesmo tipo. Os ativos fungíveis simplificam os processos de troca e comercialização, pois a fungibilidade implica igual valor entre os ativos.

Por exemplo, a suposta existência de “ETHs sujos”, ao passar por um sistema bloqueado por algum governo, é ruim para a fungibilidade, já que agora existiriam ethers com maior ou menor valor.

Uma das vantagens do Ethereum no quesito fungibilidade é que, diferente do Bitcoin (BTC), as moedas (ou unidades) não podem ser rastreadas individualmente até sua origem, já que o Ethereum utiliza um modelo de balanço por contas (Account-Model), ao invés do modelo de Transações de Saída Não-Gastas (UTXO – Unspent Transaction Output).

No BTC é possível rastrear cada satoshi individualmente, e até mesmo separadamente dentro de um mesmo endereço.

No modelo de contas do Ethereum (e da maioria das outras criptomoedas), as moedas são misturadas em um saldo único dentro de um mesmo endereço. Então é possível rastrear as interações com outros endereços e as quantias enviadas, mas não separar cada ether individualmente. Ao invés de “tokens sujos”, o que acontece nesse caso é a existência de “endereços sujos”, como demonstrado agora no caso da Tornado Cash.

Uma alternativa para contornar a censura e os bloqueios arbitrários, poderia ser “sujar” todos os endereços de ETH existentes, conforme proposto por Gustavo Marinho:

Essa possibilidade já está sendo estudada por alguns outros entusiastas da comunidade do Ethereum, com posições contrárias e favoráveis sendo colocadas “na mesa”.

Existem moedas, como a Monero (XMR) que possuem ainda mais fungibilidade, ao não existir nem mesmo a possibilidade de que endereços sejam sujos, dado seu foco em soluções de privacidade. Sendo impossível de ser rastreada. Outras redes que também focam em privacidade e vêm sendo testadas com o tempo são: ZCash (ZEC) e Dero (DERO).

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