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FED pode discutir o maior aumento na taxa de juros desde 1994

Recessão econômica

Novos dados sugerem que a inflação está chegando ainda mais forte e provando ser mais teimosa.

O Sistema de Reserva Federal dos EUA (FED) tem prometido ser ágil no combate contra a inflação, no entanto, essa postura pode levar as autoridades a uma discussão sobre o maior aumento da taxa de juros desde 1994 em reunião esta semana. 

Na quarta-feira (15), o FED deve divulgar tanto as decisões em torno do aumento das taxas de juros, que podem chegar a três quartos de um ponto percentual (0,75%), quanto um novo conjunto de projeções econômicas.

O FED já aumentou as taxas em meio ponto percentual em maio, e as autoridades haviam sugerido durante semanas que um aumento semelhante seria justificado em suas reuniões de junho e julho, se os dados evoluíssem como esperado.

Mas os custos não se comportaram como previsto

O relatório de índice de preço ao consumidor (CPI) publicado na semana passada mostrou que a inflação acelerou novamente em maio e está no ritmo mais rápido desde 1981. Duas pesquisas recentes de expectativas de inflação mostraram que os consumidores estavam começando a antecipar aumentos de preços muito mais rápido.

Isso pode aumentar a sensação de desconforto no FED, que está tentando acabar com a inflação alta antes que ela mude de comportamento e se torne uma característica mais permanente do cenário econômico.

As diversas notícias preocupantes sobre o mercado fizeram com que economistas e investidores suspeitassem da possibilidade do Banco Central começar a aumentar as taxas de juros para sinalizar que reconhece o problema, e que está fazendo do combate à inflação uma prioridade. De acordo com Pooja Sriram, economista americano do Barclays, “se esse é o plano, eles deveriam tomar uma postura política mais agressiva.”

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Enquanto isso, Wall Street está se preparando para que as taxas de juros subam mais do que os investidores haviam previsto há poucos dias, uma realidade que está causando o naufrágio das ações e causando o sangramento de outros mercados, inclusive o de criptomoedas

Investidores esperam agora que as taxas subam para uma faixa de 2,75% a 3% a partir da reunião do FED em setembro, partindo da atual faixa de 0,75% a 1%. O FED não havia feito um aumento tão grande desde o início dos anos 90, e o limite superior a 3% seria o mais alto desde a crise financeira global de 2008.

As políticas bruscas e suas implicações para a economia

Quando o FED muda sua política de taxa de juros, ele filtra a economia para tornar mais caros os empréstimos de todos os tipos – incluindo empréstimos hipotecários e empréstimos comerciais. 

Isso retarda o mercado imobiliário, impede que os consumidores gastem tanto e resfria as expansões corporativas, enfraquecendo o mercado de trabalho e a economia em geral. Uma demanda mais lenta pode ajudar a aliviar as pressões de preços à medida que menos compradores competem por bens e serviços.

Embora os problemas de abastecimento ligados à pandemia estivessem sendo amenizados, causando leve melhoria nos preços, a guerra na Ucrânia e os novos lockdowns impostos na China para conter o coronavírus podem manter os preços elevados.

Famílias, economistas e investidores temem cada vez mais que o Banco Central anuncie uma recessão, e a ansiedade sobre uma próxima retração foi refletida nos mercados na segunda-feira (13). 

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O FED está no período de silêncio antes da reunião, durante o qual suas autoridades não fazem comentários sobre políticas monetárias ou sobre a publicação de dados-chave, incluindo a última leitura sobre a inflação.

De acordo com Diane Swonk, economista chefe da Grant Thornton, este momento é quando “ser ágil é importante, pois “um movimento de 75 pontos de base demonstraria o compromisso do FED em evitar os erros dos anos 70,” quando houve o enfraquecimento do dólar diante da ruptura do padrão dólar-ouro.

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