Enquanto observamos uma forte pressão vendedora nos últimos dias e semanas, com quedas sequenciais de preço, índices de mercado mostrando “medo” e grande parte do varejo derrubando os preços nas exchanges, baleias estão comprando Bitcoin (BTC).
Compre ao som de canhões
“Compre ao som de canhões e venda ao som de violinos” é uma máxima do mercado que muitos gostam de dizer, mas a verdade é que poucos conseguem colocar em prática, pois na maioria das vezes o emocional fala mais alto que os canhões ou os violinos.
Durante semanas tão duras para o varejo e também para os traders de derivativos, com liquidações bilionárias em questão de horas, muitos grandes players (as chamadas baleias) têm demonstrado estarem comprando bitcoin.
Saiba mais:
Em meio a medo extremo no Bitcoin, bilionário compra US$ 100 milhões em BTC
Bilionário Bill Miller explica por que comprou 50% do patrimônio em bitcoin
As verdadeiras baleias de Bitcoin – Descubra quem são os grandes holders institucionais
Bitfarms comprando bitcoin
Na primeira semana de 2022, após o mercado atingir mínimas de preços dos últimos meses, a mineradora de capital aberto, Bitfarms (BITF), comprou bitcoin ao som de canhões, aumentando seu patrimônio em 30%.
Bitfarms reportou ter comprado 1.000 BTC, no valor total de US $43,20 milhões, pagando ~$43.200 USD em cada unidade.
Com essa compra, a mineradora agora possui 4.300 BTC em custódia.
“A Bitfarms, com sede em Toronto, aproveitou a oportunidade oferecida pela recente queda do mercado de criptomoedas para acumular bitcoin ‘ao menor custo e no menor tempo”’, disse o CEO Emiliano Grodzki em comunicado.
“Com a queda no BTC enquanto os preços do hardware de mineração permanecem altos, aproveitamos a oportunidade para transferir dinheiro para o BTC”, acrescentou.
A Bitfarms anunciou na semana passada que minerou 3.452 bitcoins em todo o ano de 2021.
Mineradores de Bitcoin e a dinâmica de preço
As mineradoras de Bitcoin são normalmente tratadas no mercado mais como pressão vendedora, ao invés de pressão compradora. Causando, normalmente, queda nos preços e não o contrário.
Isso ocorre porque a mineração é um negócio movido através do recebimento de taxas de rede (pagas para que um usuário possa efetuar uma transição válida na blockchain) e também através das recompensas de blocos, que é a recompensa programada no protocolo do Bitcoin que premia o minerador que conseguiu descobrir determinado bloco, mantendo a rede viva e segura.
As taxas não geram uma pressão vendedora tão relevante, pois se trata de unidades que já estavam em circulação, não afetando a oferta de Bitcoin no mercado.
Mas as recompensas de bloco são o fator de inflação da moeda descentralizada e as instituições que se beneficiam dessa inflação são as mineradoras.
Ao receber uma recompensa, novos bitcoins são adicionados ao fornecimento circulante e isso causa um aumento na oferta, que pode gerar uma pressão vendedora no mercado e derrubar o preço.
É comum que, em casos excepcionais, possam ocorrer despejos conjuntos por parte dos mineradores, como aconteceu durante a proibição da mineração na China e mais recentemente no Cazaquistão. Quando os mineradores foram obrigados a vender parte de seus fundos para bancar a movimentação física dos equipamentos e também de suas famílias.
Mas mesmo durante uma situação normal, os mineradores são incentivados a vender parte dos bitcoins adquiridos por uma simples necessidade de fluxo de caixa, pois, como qualquer negócio, existem custos e necessidades financeiras.
Compra de novos equipamentos, ampliações e expansões do negócio, pagamento de funcionários, custos fixos de infraestrutura (luz, água, internet, etc.), manutenção dos equipamentos, pró labore dos donos do negócio e dividendos dos acionistas e investidores em alguns casos.
Leia mais:
Tendência que começou em 1602 volta com tudo no mercado financeiro
Chefe do tráfico “ganha” na mega-sena, compra bitcoin e é assassinado em São Paulo
Capacidade da segunda camada do bitcoin triplicou ao longo de 2021