Um grupo de reguladores bancários nos Estados Unidos está tentando fornecer um caminho claro para bancos que desejam oferecer bitcoin e outras criptomoedas aos seus clientes. Jelena McWilliams, presidente da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), falou sobre o assunto na Conferência Global do Milken Institute realizada dias atrás.
A especialista em seguros disse na conferência que as criptomoedas podem ser incluídas nos saldos bancários de cada pessoa como ativos tradicionais, segundo a Reuters. Ela afirma ainda que as criptomoedas poderiam começar a ser usadas como garantia para empréstimos.
Os bancos estão perdendo a oportunidade de negociar com criptomoedas
Atualmente já existem várias empresas não bancárias e plataformas de financiamento descentralizadas que oferecem empréstimos com criptomoedas, como a brasileira Rispar. O mercado de criptomoedas, querendo ou não, começou sem os bancos tradicionais e vai continuar crescendo sem eles.
Por isso que os reguladores estão agora batendo cabeça. Eles estão tentando fornecer um caminho claro para bancos que desejam entrar nesse mercado – caso contrário, serão engolidos por ele.
A presidente da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) apenas alerta que, para isso, é necessário que o setor bancário defina regras claras sobre a custódia das criptomoedas. Dessa forma, você pode facilitar a comercialização desses ativos.
“Acho que devemos permitir que os bancos entrem neste espaço, desde que gerenciem e mitiguem adequadamente o risco”, disse Jelena McWilliams.
O maior desafio, diz ela, é decidir que tipo de tratamento de capital e liquidez atribuir a esses ativos de alta volatilidade. Uma vez definidos esses parâmetros, o setor bancário poderá custodiar as criptomoedas de seus clientes. Isso, por sua vez, permitiria aos agentes federais regulamentar a atividade com mais facilidade.
Bitcoin vai crescer com ou sem os bancos
Durante a conferência, que aconteceu na cidade de Beverly Hills, na Califórnia, McWilliams disse que não pretende apenas estabelecer uma imagem clara para os bancos usarem criptomoedas. Ele alerta que os investimentos nesses ativos continuarão a crescer fora do setor bancário se não forem agregados, então o futuro é agregá-los aos seus serviços.

“Meu objetivo neste grupo interagências é basicamente fornecer um caminho para que os bancos possam atuar como custodiantes desses ativos, usar ativos criptográficos e ativos digitais como alguma forma de garantia”, disse McWilliams no painel da conferência da Milken Institute.
“O problema é … a avaliação desses ativos e a flutuação em seu valor, que pode ser quase diária”, disse McWilliams. “Você tem que decidir que tipo de tratamento de capital e liquidez alocar para tais participações no balanço.”
A porta-voz do FDIC, disse que “se não fizermos essa atividade dentro dos bancos, será fora deles”. E acrescenta que, sem a contribuição deles como intermediários, os reguladores federais não terão como controlar, o que ele acredita que deva acontecer.
Como a Cointimes havia relatado em abril, essas declarações mostram o resultado da união de agências governamentais dos Estados Unidos para regulamentar as criptomoedas. Desde então, o FDIC tem trabalhado em estreita colaboração com o Federal Reserve e o Escritório de Controle de Moedas do país para atingir essa meta.
Aqui no Brasil, o Banco Central junto com a CVM também já discutem o assunto a fim de regular o setor que já movimentou R$ 19 bilhões na balança comercial em 2021.
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