Em postagens do Reddit, um venezuelano resolveu fazer comparações semanais da situação do Bitcoin na Venezuela. Dentre os dados, é comentado:
- O valor da criptomoeda em Bolívares
- A quantia de BTCs transferidos na semana, e seu valor em Bolívares
- Salário mínimo no país em US Dólares
Segundo suas pesquisas, um bitcoin vale cerca de 1,8 bilhões de bolívares. 463 BTC foram transacionados nesta semana, o equivalente a 830 bilhões de bolívares (ou USD$ 4.216.365,20). Por fim, o salário mínimo é mantido a 5 dólares.
Esse valor já é muito acima que a média de 5 meses atrás, veja as comparações.
Adoção do Bitcoin cada vez maior
O Bitcoin está se espalhando muito rápido pela Venezuela, e algumas exchanges estão ajudando nesse processo.
Uma delas é a CryptoBuyer, pioneira na implementação de Bitcoins na economia interna da Venezuela. A exchange já foi responsável por criar parcerias com o Burger King local, e criou mais de 2 mil novos pontos de venda com suporte a criptomoeda.
O Cryptobuyer tem grandes ambições para adoção de criptomoedas na Venezuela e na América Latina. Jorge Farias, CEO da Cryptobuyer, declarou: “Esperamos integrar mais de 100.000 comerciantes na rede Cryptobuyer Pay antes do final de 2020”.
Fonte: Coinspice
Batendo recordes históricos de transações desde o início deste ano, o Bitcoin parece atingir cada vez mais popularidade com o povo da Venezuela (Argentina e Cuba também), e parece não desacelerar em seu progresso.

“Resposta” do governo Maduro
A primeira resposta por parte do governo de Nicolás Maduro foi um pouco menos ortodoxa que o esperado: ao invés de simplesmente bloquear os fundos de bitcoiners (exchanges praticamente se recusam a oferecer serviços no território), foi criado a própria criptomoeda do país, o Petro.
Sendo uma criptomoeda centralizada e lastreada aos barris de petróleo do país, já começou com o pé frio. Diferente do Bitcoin, que possui “escassez legítima, infalseabilidade, durabilidade, confiabilidade, facilidade no manuseio e velocidade“¹, o Petro poderia ser facilmente manipulado pelo órgão governamental.
E foi exatamente o que aconteceu: logo, a moeda foi lastreada a 30 milhões de barris, contra os 5 bilhões prometidos pelo governo.
Com baixíssimo nível de aceitação nos comércios e sem conexão a exchanges externas, além de ser fortemente criticada por comerciantes como uma “farsa e uma polícia do preço”, mal começando e a criptomoeda já teve seu futuro selado no fracasso.
Enquanto isso, a Venezuela continua sofrendo com taxas de inflação crescentes de forma exponencial, ano após ano.
Por fim, tivemos mais uma motivação para as moedas digitais desabrocharem em território venezuelano: bancos nacionais fecharam às pressas assim que a crise de coronavírus começou a chegar na América Latina.
Arriscar com o investimento em criptos não parecia apenas uma “boa ideia”, mas talvez seria a única para alguns.
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