Bolsonaro anunciou visita a Putin, na Rússia, com interesses comerciais em momento delicado para Relações Internacionais, mas tanto os russos, como os brasileiros já estão se protegendo contra as decisões políticas de seus governantes através das criptomoedas.
Bolsonaro vai para a Rússia em meio a crise política mundial; loucura?
Enquanto a Rússia protagoniza uma das maiores crises diplomáticas vistas no mundo desde os mísseis de Cuba – há 60 anos – com tropas estacionadas na fronteira da Ucrânia, ameaçando uma possível invasão que resultaria em um conflito possivelmente envolvendo toda a Europa e também seu aliado, os Estados Unidos; Bolsonaro decidiu que é hora de comprar fertilizantes.
O presidente do Brasil, em ano de eleição, decidiu ignorar toda a tensão de políticas globais e anunciou uma viagem a Moscou, com fins comerciais, para a negociação de importação de fertilizantes para o agronegócio.
Muitos especialistas políticos avaliam essa decisão como “irracional” e “uma loucura”.
O presidente dos EUA, Joe Biden, deixou claro que não aprova esta decisão e encara como um endosso à agressão da Rússia contra a Ucrânia que está prestes a acontecer.
“O Brasil – com Jair Bolsonaro – tem a responsabilidade de defender os princípios democráticos e proteger a ordem baseada em regras, e reforçar esta mensagem para a Rússia em todas as oportunidades”.
Claro que todas as afirmações e posicionamentos públicos possuem interesses políticos próprios disfarçados, mas estes interesses políticos, acordos comerciais, decisões bélicas e relações exteriores no geral, afetam diretamente a vida de todos nós.
Independente de concordar ou não com as ações e decisões dos magnatas no poder, é inegável que essas decisões nos afetam positiva ou negativamente. Então o que fazer quando não concordamos com as decisões e quando seus efeitos são negativos, ou gravemente negativos?
Como podemos nos proteger, das decisões que nos prejudicam?
Entre muitas consequências negativas das decisões do “pessoal lá de cima”, está a financeira. E é a parte financeira, inclusive, que normalmente protagoniza estas decisões.
Desde guerras a compra de fertilizantes, de “proteção à democracia” até promessas eleitoreiras, o dinheiro é protagonista.
Então é justo pensar que possuir um dinheiro menos influenciado pelas decisões dos governantes seja uma maneira eficaz de se proteger.
As criptomoedas exercem um papel importante neste quesito e já são uma das principais escolhas das pessoas quando buscam por alternativas ao dinheiro, ao sistema financeiro, ao mundo dos investimentos, à relação com colecionáveis e outras formas de trocas de valores. Mesmo que seja apenas uma maneira de proteger seu patrimônio da inflação.
Saiba mais: Descubra de quanto é a inflação real da moeda brasileira; e como isso nos afeta
E quando analisamos os números dos países governados por Bolsonaro e Putin, vemos um reflexo do crescimento da procura por esta proteção.
Poderia até dizer que comprar criptomoedas é uma forma de “votar” com seu próprio dinheiro. É a “terceira via” que muitos têm buscado.
Alguns números sobre criptomoedas nos dois países
De acordo com o Banco Central do Brasil, a quantidade de criptomoedas “importadas” ao país ultrapassou os US$ 6 bilhões em 2021 – quase que o dobro do valor de “importação” em 2020 de US$ 3,31 bilhões (81% de aumento).
O BC considera como importação a transferência de posse do ativo por parte de um não-residente no país para um residente.
Segundo o site Cointrader Monitor, os brasileiros movimentaram cerca de US$ 20 bilhões em negociações de criptomoedas. 4 vezes mais que o negociado na Rússia.
De acordo com o Banco Central da Rússia, o valor em criptomoedas negociado em 2021 foi de US$ 5 bilhões e estima-se que os russos possuam cerca de US$ 214 bilhões em cripto, o equivalente a aproximadamente 12% de todo o valor de mercado, segundo o Coingolive.
Tanto as estimativas do Brasil, quanto da Rússia devem ser encaradas de forma conservadora e podemos supor que os números são ainda maiores, ao entender que em ambos os países existem muitas compras não declaradas ou impossíveis de serem rastreadas.
A empresa de pagamentos TripleA afirma que 12% de todos os russos possuem criptomoedas, pouco menos de um terço dos números no Brasil que, de acordo com uma pesquisa da Visa, afirma que 30% de todos os brasileiros possuem criptomoedas.
Por que comprar criptomoedas pode te ajudar a se proteger destas loucuras?
Criptomoedas como o Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Bitcoin Cash (BCH), Monero (XMR), Nano (XNO), entre outras; são meios de armazenamento e transferência de valores monetários e financeiros que não dependem de um banco central.
Seu desenvolvimento é – normalmente – descentralizado, de código aberto, colaborativo e seu banco de dados é distribuído também de forma descentralizada em uma rede de computadores que funcionam por um objetivo em comum:
Criar este sistema de reserva e transferência de valores peer-to-peer (ponto-a-ponto), sem a necessidade de intermediários e sem o controle de instituições, muitas vezes, motivadas por interesses políticos.
Além disso, as soluções de reserva e transferência de valores são completamente sem fronteiras. Permitindo uma conexão global e a livre movimentação de seus proprietários, sem afetar seu patrimônio e sem dificuldades logísticas.
Desta forma, caso alguma decisão política (desde que não possua impacto global) te afete negativamente, você pode se proteger melhor mudando de país, ou parando de utilizar a moeda daquele governo nocivo.
Pode fugir de guerras e conflitos, garantindo sua segurança e a segurança de sua família.
E pode fazer operações comerciais internacionais, sem precisar que seu presidente se exponha em um momento tão delicado, onde existem grandes chances da Rússia invadir um país vizinho enquanto ele ainda está tentando comprar fertilizantes.